13/03/2004 08h56 – Atualizado em 13/03/2004 08h56
O grau de intoxicação depende da quantidade de poeira que penetra o organismo e seus feitos mais comuns são:
-
Pneumonia.
-
Edema pulmonar conseqüente da inalação de substâncias tóxicas.
-
Asma.
-
Bronquite.
-
Alergias.
-
Câncer de pulmão.
-
Pneumoconioses ocupacionais.
As pneumoconioses são resultantes da inalação de pó mineral encontrado, na maior parte das vezes, no ambiente de trabalho. As partículas aspiradas ficam no pulmão, onde provocam inflamação e substituição do tecido normal por tecido fibroso, que endurece o órgão, evoluindo para a falência da função respiratória.
Os sintomas mais comuns são a falta de ar e tosse sem secreção. Pode ficar sem apresentar sintomas por muitos anos. Nos casos mais graves leva à morte por asfixia. As pneumoconioses têm diferentes denominações, dependendo da substância encontrada na poeira:
- SILICOSE decorre da inalação do pó de sílica livre encontrado na escavação de poços, na argila utilizada na fabricação de cerâmica, nas olarias, na produção de porcelana, vidro, construção civil, fundição, mineração, pedreiras, e inúmeras outras atividades laborativas.
A sílica é formada a partir do silício. A sua forma cristalina mais comum é o quartzo, encontrado na areia, rocha e granito espalhados por toda a superfície terrestre. Entre os sais de sílica, ou silicatas, existe a mica em forma de lâminas finas, brilhantes e transparentes usadas como isolante térmico, a ardósia usada em construções e o talco, ou silicato de magnésio, usado como lubrificante na indústria da borracha e como cosmético.
Estima-se que 6 milhões de brasileiros estejam trabalhando em contato com pó de sílica. Dependendo da atividade que exercem, 5 a 40% desses trabalhadores sofrem ou sofrerão de silicose. Na Serra de Ibiapaba, no Ceará, cerca de 30% dos trabalhadores que cavam poços artesianos têm a doença.
- ASBESTOSE decorre da inalação do pó de amianto. Na natureza, o amianto, ou asbesto, preenche fraturas entre as rochas. Trata-se de uma pedra fibrosa que se desfaz nas mãos quando comprimida.
É um mineral sólido e flexível usado na fabricação de tecidos não-inflamáveis, telhas, lonas de freio e materiais de construção como tubos e isolante térmico. Dois mil franceses morrem anualmente por câncer de pulmão e pleura causados pelo amianto. A fabricação, comercialização e importação de qualquer produto contendo amianto está proibida.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de amianto com cerca de 200 mil toneladas anuais, das quais 90% são utilizadas na indústria de cimento-amianto, 7% vai para a indústria automobilística e o restante para mais de 3 mil utilizações diferentes.
- BISSINOSE é mais freqüente entre os trabalhadores expostos ao pó nas tecelagens de algodão. Os tecelões sentem aperto no peito, falta de ar e tosse quando retornam ao trabalho após os feriados, com relativa melhora no decorrer da semana. Estas manifestações são características da bissinose.
Diferentemente do que ocorre na pneumoconiose, ocorre obstrução aguda de vias aéreas pelo contato com o pó de algodão e bactérias contaminantes, ambos presentes na poeira. Pode se tornar bronquite crônica. Além do algodão também o cânhamo, o linho e os grãos podem produzir doença semelhante.
- SIDEROSILICOSES e pneumonites granulomatosas têm sido cada vez mais identificadas em pessoas expostas à sílica, ferro e cobre, presente na poeira do toner das fotocopiadoras.
Além da fumaça do cigarro, também as fotocopiadoras podem colocar em risco os trabalhadores de lojas e escritórios.
-
CIMENTO, com baixo conteúdo de sílica e com partículas hidratadas relativamente grandes, não causa pneumoconiose. No entanto, pode causar doença pulmonar por obstrução das vias aéreas em trabalhadores da indústria do cimento.
-
CÁPSULAS E COMPRIMIDOS contém silicato na sua composição, que não fazem mal à saúde quando ingeridos pelo tubo digestivo. No entanto, o uso indevido delas, na forma de drogas injetáveis, faz com que a sílica chegue ao pulmão através do sangue, podendo causar lesão pulmonar.
A prevenção é importante sempre, principalmente quando não há outra forma de tratamento efetivo, como é o caso da maior parte das doenças causadas pelas poeiras. Para os trabalhadores que estão submetidos a maior risco é preciso:
1) Exames médicos periódicos.
2) Raios-X de tórax e prova de função pulmonar a cada 2 ou 3 anos.
3) Medição de quantidade de substâncias e partículas poluentes no ar ambiente.
4) Mudança no método de trabalho evitando a formação de poluentes.
5) Isolamento da produção, de forma que o poluente não entre em contato com as pessoas.
6) Substituição do material tóxico por outro não-tóxico.
7) Instalação de cúpulas, ventoinhas e canais para exaustão dos materiais.
8) Aumento da ventilação ambiente.
9) Ventilação instantânea, de modo que o poluente seja removido, antes que entrem no local de trabalho.
10) Rodízio de homens trabalhando, com períodos freqüentes de descanso.
11) Utilização de máscaras com filtros específicos para o tipo de pó, partícula ou substância. A maior parte dos gases tóxicos exigem máscaras seladas com suprimento de oxigênio. São mais aceitas quando usadas intermitentemente por curtos períodos de tempo se a condição de exposição assim permitir.
12) Os filtros devem ser mantidos limpos e renovados em intervalos freqüentes.
13) Regulagens dos motores das máquinas e veículos devem seguir as especificações técnicas do fabricante.
14) Manutenção constante de todos os equipamentos.
POEIRA:
A maioria das pessoas não faz idéia da quantidade de poeira com que entram em contato todos os dias. Poeira aparece quando fazemos faxina em uma casa, ao raspar uma parede, bater um tapete, colher o algodão e em muitas outras atividades ocupacionais.
Nem sempre a poeira é vista a olho nu, no entanto, você pode estar exposto a ela em casa, no trabalho, na rua e no campo. Esse inimigo pode trazer vários danos à saúde e ao meio ambiente.
A poeira é formada por finas partículas que circulam na atmosfera, de origem orgânica, como ácaros, bactérias, fungos, tabaco, algodão, pólen ou de origem mineral como o carvão, a sílica, o ferro, ou ainda na forma de vapores e gases químicos, que ficam no ar por muito tempo e podem ser levados a grandes distâncias.
As poeiras podem estar dispersas e carregadas por veículos líquidos, como a neblina contaminada pela poluição, sólidos, como a serragem do corte da madeira ou o pó da estrada, vapores liberados pela chaminé da fábrica, fumaças de queimadas e aerossóis.
As poeiras podem estar presentes no ambiente, na forma de monóxido de carbono, encontrada na fumaça do escapamento dos veículos, ou resultante da indústria de cerâmica, construção, fundição, mineração, têxtil, refinarias de petróleo e incineradores de lixo.
Também são consideradas poeiras o pó de sílica, chumbo e seus compostos, pó de carvão, pó de algodão, pó de madeira, cianetos, arsênico e seus compostos, mercúno e seus compostos, flúor e seus compostos, benzeno, gases radioativos, poeiras vegetais na agricultura durante a colheita do algodão e armazenamento de cereais nos moinhos.
A poeira penetra no corpo humano pela absorção que ocorre através das vias respiratórias e da pele. O pulmão é o principal elo de ligação entre o homem e o meio ambiente. É através dele que as substâncias dispersas no ar penetram no organismo com maior facilidade.
Para proteger o aparelho respiratório, as vias aéreas que levam o ar do ambiente para dentro dos pulmões apresentam u
m sistema de filtração que funciona até um determinado limite, após o qual as partículas da poeira penetram nos tecidos do organismo.
Fonte: Portal Unimeds