12/02/2004 13h47 – Atualizado em 12/02/2004 13h47
Usuários do passe do estudante e pais de alunos estão lotando a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), em Campo Grande, nesta quinta-feira. Além dos que estão solicitando o benefício pela primeira vez, a maioria se queixa da interrupção no fornecimento do passe livre sem prévio aviso ou justificativa e chega a esperar duas horas pelo atendimento, como informa a dona-de-casa Ângela Rosa Romeiro. Os três filhos dela, de 10, 11 e 12 anos, foram excluídos do cadastro de beneficiados após quatro anos de utilização do passe. “São 800 metros da minha casa até a escola. É longe para os meninos irem a pé, como sugere a Agetran. Ontem mesmo, tomaram chuva e os materiais ficaram todos estragados”, disse. Eles estudam na escola municipal Maria Tereza Rodrigues, no bairro Santa Emília, e recebiam regularmente o passe até este ano. “Nem ao menos sei porque meus filhos foram excluídos do cadastro. Pelo menos isso eles deviam nos informar antes de enfrentarmos toda essa fila”, diz.
Essa é a mesma queixa da professora Fátima Martins dos Santos, que foi à Agetran buscar explicações. “Estou há dois dias tentando saber porque minha filha teve o passe cancelado. Agora, depois de mais de uma hora na fila, me disseram que preciso ir a Assetur [Associação das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande]. Isso aqui é muito mal-organizado”, afirma. Segundo ela, uma triagem na fila, antes do atendimento, poderia amenizar o problema. “As pessoas perdem muito tempo para descobrir o que aconteceu e somente então resolver o assunto. Isso é o mais complicado, sobretudo para quem trabalha. Outros pais estão deixando de mandar os filhos à escola porque não têm como pagar”, conta.
Para o chefe do Núcleo de Usuários Especiais da Agetran, Mário Hada, a situação é mesmo complicada no início do ano letivo, quando os cerca de 15 funcionários do órgão chegam a fazer 450 atendimentos diários. Ele informou ao Campo Grande News que grande parte das queixas é de benefícios cancelados devido a distância entre a residência do aluno e a escola, monitorada por um software. “Analisamos o trajeto em computador, auxiliados por um mapa, e a lei é clara: alunos que moram a menos de 2 mil metros da escola não recebem o passe”, explica. Hada reitera que os pais estão se queixando porque, em alguns casos, os alunos recebiam o vale transporte no ano passado. “Isso porque ainda não tinham sido fiscalizados”, argumenta.
Ele informa ainda que todos os processos questionando o cancelamento do benefício serão analisados individualmente. O prazo médio de resposta ao reclamante é de três dias úteis. Informações sobre o passe do estudante podem ser obtidas através dos telefones (67) 314-3446 e 314-3447.
Fonte:Campo Grande News





