23/01/2004 17h14 – Atualizado em 23/01/2004 17h14
O secretário do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação de Mato Grosso do Sul, Vilson Soares dos Santos, disse há pouco, em entrevista ao MS Notícias, que já há um guarda municipal no Lixão de Campo Grande, na saída para Sidrolândia, mas que este não tem como controlar os cerca de 300 catadores de lixo que atuam no local. “A Prefeitura já colocou lá um guarda municipal, mas não deu certo já que há até um certo receio dos catadores. Eles trabalham com ferro de quase um metro para puxar o lixo e que tem um gancho na ponta”, disse Vilson.
“Quem é que vai mexer com eles e tentar ordernar alguma coisa?”, questionou o sindicalista, lembrando que no dia 8 de janeiro uma disputa entre catadores de lixou acabou provocando a morte de Laudemir Molina, de 43 anos. “Um estava dormindo e o outro escolhendo, catando o lixo. Quando um viu que o outro conseguiu mais coisa, meteu o ferro e matou por espancamento”, lembrou.
Segundo Vilson, a situação dos catadores, de subhumanidade, faz com não tenham nada a perder e sejam de difícil controle, especialmente quando chegam os caminhões da Vega, que despejam diariamento cerca de 500 toneladas de lixo no aterro sanitário da saída para Sidrolândia.
Vilson lembra que há um funcionário da Vega que trabalha no local, mas que não tem condições de tentar impedir a ação dos catadores, que começam a atuar no momento mesmo que em que o lixo é descarregado. “O funcionário da Vega não mexe com eles”, contou. “E aí o motorista descarrega e fica aquele mundareu de gente em volta e o caminhão tem de dar ré para buscar mais lixo. Se alguém escorrega e cai, as rodas do caminhão passam em cima”, disse.
Fonte:MS Noticias