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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Antropólogo da Funai desiste de negociar com indígenas

21/01/2004 11h11 – Atualizado em 21/01/2004 11h11

A Funai (Fundação Nacional do Índio) fez tudo o que podia para tentar convencer os índios guarani-caiuá a sair das 14 áreas ocupadas em Japorã. A declaração é do antropólogo designado para negociar com os índios, Cláudio Romero, que anunciou nesta manhã ao Campo Grande News, em Amambai, que a missão dele em Mato Grosso do Sul se esgotou.

Romero informou que seguirá para o Mato Grosso, onde haveria um conflito mais grave envolvendo os índios xavantes. Cerca de 5 mil não índios estariam em área demarcada, justificou. Conforme o antropólogo, que foi por várias vezes conversar com os índios que ocupam áreas na região Sul do Estado, ele não voltará mais à área. Romero disse ter dialogado com todas as lideranças.

Há cerca de 1,5 mil índios nas fazendas. Eles são da aldeia Porto Lindo, onde vivem cerca de 3,2 mil pessoas em área de 1,6 mil hectares. O prazo para a saída, dado pela Justiça, venceu ontem. Agora a Polícia Federal finaliza operação de desocupação, que ainda não tem prazo divulgado para ocorrer.

Romero reconhece que não há mais o que adiar. “Decisão judicial ninguém contesta, vai preso”, disse. Ele reafirmou argumento do administrador da Funai William Rodrigues de que sem um laudo antropológico a Justiça não poderia ser favorável aos índios. E argumentou a complexidade de explicar esta situação aos indígenas. Muitos nem falam português.

Embora tenha admitido que não há mais negociação com os índios, Romero acredita que eles sairão das fazendas de forma pacífica. Ele explica que os guarani não são índios guerreiros, mas religiosos.

Os índios cobram a ampliação da aldeia para área de 9,6 mil hectares, conforme apontou estudo preliminar do antropólogo Fábio Mura. O estudo está sendo finalizado e ainda não foi reconhecido e publicado em Diário Oficial pela Funai.

Fonte:Campo Grande News

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