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sábado, 12 de julho de 2025

Audiência pública discute viabilidade da termelétrica

23/10/2003 18h38 – Atualizado em 23/10/2003 18h38

Convocada e presidida pelo deputado estadual Akira Otsubo (PTB), foi realizada Audiência Pública, na Câmara Municipal de Três Lagoas, na tarde desta quinta-feira, para discussão do impacto ambiental e operacionalização da Termelétrica (UTE), totalmente pronta para ser inaugurada.

Além do deputado Akira, esteve presente também a deputada estadual Simone Tebet (PMDB), representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, Luiz Landes da Silva Pereira (diretor presidente da MSGás) e Paulo Sanches, gerente da UTE de Três Lagoas, e ainda representantes da Petrobrás.

O plenário e o auditório da Câmara estavam praticamente lotados, com um público presente, estimado em torno de 200 pessoas.

Ao abrir a audiência, o deputado Akira destacou a importância e o significado do evento. Segundo ele, “é a grande oportunidade de prestar esclarecimentos à população, porque Três Lagoas quer desenvolvimento econômico, mas com responsabilidade social e ambiental”.

Em seguida, a professora da UFMS, Sônia Corina Heiss, expôs o resultado de estudos, feitos por ela, apontando a UTE como causadora de sérios problemas para a saúde pública. Segundo ela, com a queima do gás natural, a população pode sofre danos irreparáveis por causa da presença de chumbo, mercúrio, arsênio e até materiais radioativos.

Os poluentes poderão causar, segundo a professora Sônia, “impotência masculina, diabetes, supressão da imunidade, desordens de memória, aneroxia, asma e processos alérgicos e inflamatórios”.

A exposição da professora da UFMS foi reforçada com a apresentação de explanação engenheiro florestal e professor da Universidade Federal de Paraíba, em Campina Grande, o três-lagoense Carlos Roberto de Lima.

Em sua exposição, Lima foi taxativo. Segundo ele, “o problema principal da UTE é sua localização, porque os problemas de saúde pública estarão acontecendo de imediato”.

O professor provocou uma Ação Civil Pública, em andamento na Promotoria do Meio Ambiente, de autoria do promotor Antônio Carlos Garcia de Oliveira.

Na Audiência Pública, o promotor esclareceu que “o Ministério Público não estava ali para impedir o progresso da sociedade, mas se preocupa com a defesa do meio ambiente”. Dirigindo-se aos representantes da Petrobrás, Oliveira chegou a dizer: “o povo não tem o mesmo plano de saúde do pessoal da Petrobrás”.

O OUTRO LADO

Por outro lado, Luiz Landes, usando até tom irônico, teceu sérias críticas ao estudo apresentado pela professora Sônia, da UFMS. “Meias Verdades, muitas vezes se escondem atrás de títulos universitários”, disse Landes, ao informar que a MSGás mantém convênios com a UFMS e até com o Hospital Universitário, em Campo Grande.

Ao destacar a credibilidade e a competência tecnológica e científica da Petrobrás, Landes ressaltou: “somos empreendedores, queremos construir o desenvolvimento. Não somos destruidores nem desonestos”.

Na mesma linha de pensamento, apresentou-se o gerente da UTE de Três Lagoas, Paulo Sanches. Ele confirmou que a Petrobrás cumpriu todas as exigências do empreendimento e, recentemente, concluiu uma última exigência do Ibama, que foi a construção de uma “Estação de Monitoramento”, no valor de R$ 3 milhões.

Ao citar outras termelétricas, como em São Paulo e Rio Grande do Sul, Sanches levantou a seguinte questão: por que só aqui em Três Lagoas temos este monstro?”

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