08/10/2003 11h32 – Atualizado em 08/10/2003 11h32
A principal estrada que liga Três Lagoas a Campo Grande, a BR 262, foi interditada por um grupo de manifestantes dos Sem Teto, por volta das 9h30 desta quarta-feira, na altura do km 14, nas proximidades do recinto de leilões, a Leilotrês.
Os manifestantes usaram galhos de árvores para interditar a pista, provocando um congestionamento imediato de mais de 1,5 mil metros. Equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e agentes da Polícia Civil do 2ºDP acompanhavam a manifestação, que era pacífica.
Motoristas eram orientados pela PRF a retornarem e a aguardarem nos postos de combustíveis, até que o problema fosse solucionado e o movimento terminasse.
Maioria dos veículos parados na pista era de carga de produtos perecíveis e de combustíveis, o que estava ocasionando séria apreensão por parte das autoridades policiais e uma discreta revolta dos motoristas.
“Reivindicar é um direito que todos nós temos, mas colocar em risco a segurança dos que trabalham e os compromissos que cada um de nós tem não é justo”, dizia um motorista que transportava combustível de Paulínia (SP) a Sinop (MT). Ele tem prazo de entregar o combustível em 72 horas, numa distância superior a dois mil km. Até Três Lagoas, já havia gasto quase 24 horas.
Um caminhão Mercedes Benz, carregado de carne, tentou transpor o bloqueio, usando uma pequena marginal da BR, mas logo foi impedido pelos manifestantes, que ameaçavam jogar pedras na cabine do veículo.
MANIFESTAÇÃO
A manifestação tinha como objetivo “sensibilizar as autoridades para o nosso problema de ameaça de despejo judicial”, disse uma das líderes dos Sem Teto.
O grupo de manifestantes invadiu as 300 casas que estão sendo construídas pela Cesp na Vila Piloto.
Mandado de Reintegração de Posse foi expedido pelo juiz titula da 2ª Vara Cível da comarca de Três Lagoas, Paulo César de Figueiredo, em cumprimento à Ação Liminar interpelada pelo Governo do Estado, segundo consta nos autos do processo nº 021.03.001588-0.
A determinação judicial foi assinada em 12 de setembro e, segundo os líderes dos manifestantes, estava previsto para ser executada, na manhã desta quarta-feira, com auxílio e reforço da Polícia Militar.
Nossa reportagem esteve no local, por volta das 10 horas e os moradores das casas invadidas ainda não haviam sido despejados. Maioria até desconhecia o que poderia acontecer.
