07/10/2003 15h49 – Atualizado em 07/10/2003 15h49
A Câmara de Vereadores de Itaquiraí, por decisão do presidente da Mesa Diretora, Antônio Francisco da Silva – Zuza (PFL), iniciou os procedimentos para atender o pedido do vereador Justino dos Reis Santin – Ito Santin (PFL), que na sessão ordinária desta segunda-feira (07), sugeriu a instalação de uma comissão para analisar os procedimentos do vereador Sergio Donizete Caobianco (Serjão do PT).
Segundo Ito Santin, Serjão está faltando com o decoro parlamentar. O resultado dos trabalhos pode ser o pedido de cassação de mandato do vereador que já foi presidente da Câmara nos anos de 2001 e 2002.
“Durante algumas sessões ordinárias Serjão tem abusado de sua prerrogativa de vereador, aliás, tem faltado com o respeito em relação aos demais colegas e ofendido os parlamentares de forma irresponsável”, acusa Ito Santin. Para fazer retaliações a apenas uma das muitas frases ditas por Serjão e que estão registradas em atas das sessões, Ito dirigiu suas palavras ao vereador Serjão e leu um dicionário mostrando o significado da palavra “porcaria” e afirmou que nunca foi e jamais será porcaria, bem como os demais vereadores de Itaquiraí.
Outras situações de descontentamento em função do destemperamento de Serjão do PT foram manifestadas durante a sessão. O vereador Odimar de Souza (PL) acrescentou que as acusações e “alfinetadas de Serjão” só estão acontecendo agora. “Durante dois anos quando vossa excelência foi presidente desta Casa, neste mesmo mandato, jamais acusou ou reclamou de alguma coisa. Pelo contrário, naquela época eu fazia as reivindicações e era taxado de doido. Só pra refrescar sua memória, recordo que as máquinas do Município estiveram em sua propriedade fazendo terraplanagens e tanques para a piscicultura, como a Prefeitura faz com todos os pequenos produtores rurais. Como agora acabaram os benefícios do cargo de presidente, só por isso então o senhor resolveu mudar de opinião e criticar a administração”, observou Odimarzinho.
Durante a sessão, Serjão do PT, mostrando desespero, esmurrou a mesa da tribuna livre, quebrando o vidro superior. Mais tarde reconheceu os erros e disse: “Vou recorrer”. O presidente da Câmara, após determinar que seja descontado do salário de Serjão a compra de novo vidro, pediu que a Comissão de Justiça e Redação Final apresente o parecer sobre os pronunciamentos do vereador. “Infelizmente, diante da falta de decoro parlamentar o Regimento Interno é claro, o vereador está sujeito a cassação de mandato”, comentou o presidente.
Para assessorar os trabalhos dos vereadores na montagem de um processo transparente, a Mesa Diretora está oferecendo um advogado. “Se for preciso nós contratamos mais um, mas tem que ser feito o mais rápido possível e dentro de toda legalidade”, recomenda Zuza.