07/10/2003 18h04 – Atualizado em 07/10/2003 18h04
Dados do Programa Sentinela mostram que de janeiro a setembro aconteceram 37 casos de abusos contra crianças e adolescentes no município de Três Lagoas. Sendo a maior parte dos casos contra meninas.
O programa, que teve inicio em março de 2001, em parceria com Conselho Tutelar, já atendeu cerca de 141 crianças. O trabalho conta com a ajuda de duas assistentes sociais, uma psicóloga e cinco educadores.
Criado pelo Governo Federal, com o apoio da Prefeitura de Três Lagoas, o projeto visa resgatar a auto-estima das crianças que sofreram abusos. A coordenadora Sandra Mara de Oliveira contou que o papel das sentinelas é de encaminhar a criança vitima de algum abuso ou maus tratos a atendimento médico, assistência social e a psicólogos. O objetivo principal do trabalho é que tanto a criança quanto sua família e até o próprio agressor recebam ajuda adequada ao problema pelo qual passaram.
Sandra explicou que, na maioria dos casos, os agressores já foram vitimas, e citou um exemplo de quatro crianças que foram encaminhadas ao projeto como vitimas e agora voltaram como agressoras. “Por isso a necessidade de se fazerem campanhas de prevenção. Esse é o nosso objetivo. Mas, por enquanto estamos apenas remediando”.
Segundo a coordenadora, a maioria dos agressores é próximo das vitimas, como os pais, vizinhos e padrastos. E que a grande parte delas se encontra na faixa 11 anos a 14 anos de idade.
Estatísticas do programa relatam que a maior parte dos casos é de abuso sexual. Em segundo lugar, vem a exploração sexual do menos. Em terceiro lugar, aparece a negligência. E, por ultimo, surge o problema da violência física, usada contra crianças e adolescentes.
“O programa acolhe não só a vitima como a família inteira se necessário, e não só por 24 horas como é pedido o regulamento, mas o tempo necessário para a segurança de todos”, explicou Sandra. Ela está procurando criar mais parcerias com Organizações Não Governamentais(ONG), para ajudar nos gastos gerais do programa.