06/10/2003 10h32 – Atualizado em 06/10/2003 10h32
Akhmad Kadyrov, um ex-rebelde que trocou de lado, deve vencer o pleito cujo resultado é há muito tempo esperado. E o governo russo deve anunciá-lo como um grande passo rumo à normalização da vida na região, majoritariamente muçulmana.
A Rússia enfrenta os separatistas da Chechênia há nove anos e dezenas de milhares de pessoas já morreram nos conflitos.
Após a saída de todos seus maiores adversários da corrida presidencial, Kadyrov não encontrou nenhum obstáculo no caminho rumo à vitória. Os resultados preliminares divulgados na segunda-feira mostravam o candidato do governo com 81,1 por cento dos votos, após 70 por cento das urnas terem sido abertas.
“Kadyrov está na frente e podemos dizer que ninguém poderá alcançá-lo”, afirmou Abdul-Kerim Arsakhanov, chefe da comissão eleitoral da Chechênia, sobre a eleição de domingo.
O presidente do país, Vladimir Putin, em declarações dadas antes da votação, mas divulgadas apenas na segunda-feira, disse ter esperanças de que Kadyrov, se eleito, use suas relações do passado rebelde para melhorar a situação da República.
“Espero que os contatos dele com essas pessoas (os rebeldes) que ainda se opõem a nós na Chechênia sejam positivos”, afirmou.
As eleições transcorreram de forma pacífica.
Mas guerrilheiros separatistas que atacam as forças russas quase diariamente na região e que já realizaram atentados suicidas em Moscou (capital) prometeram continuar com sua luta.
Os separatistas afirmam que as eleições são insignificantes. E vários comentaristas russos parecem concordar que o pleito não contribuirá para colocar fim aos conflitos na região.
Fonte:IG