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quinta-feira, 3 de julho de 2025

AES faz BNDES ter prejuízo recorde de R$2,4 bi no 1o semestre

01/10/2003 08h36 – Atualizado em 01/10/2003 08h36

Se não fosse essa provisão, o banco teria fechado o período com lucro de 855 milhões de reais, informou o diretor financeiro do BNDES, Roberto Timótheo da Costa.

O default da AES desde janeiro deste ano –quando mudou a gestão do banco e a dívida deixou de ser rolada como ocorria no governo anterior– fez a inadimplência do BNDES saltar do histórico patamar em torno de 1 por cento para 6,4 por cento na primeira metade do ano.

Como toda a dívida da AES –cerca de 3,3 bilhões de reais– foi contabilizada no primeiro semestre, a expectativa é que de julho a dezembro os resultados do banco melhorem. No bimestre julho-agosto, segundo Costa, o lucro foi de mais de 300 milhões de reais.

“Isso é decorrente das operações normais do banco e não temos mais provisões para fazer na dívida da AES, porque já atingiu 100 por cento”, informou o executivo nesta terça-feira. Segundo ele, “não há informações sobre outras grandes provisões” até dezembro.

Costa disse estar otimista em relação ao acordo firmado com a AES no início de setembro e que tem até 15 de dezembro para ser oficializado. A AES vai aglutinar os ativos que possui no Brasil embaixo de uma nova empresa, a Novacom, que terá o BNDES como acionista, com 50 por cento menos uma ação.

Os trabalhos para a assinatura do acordo estão caminhando como o previsto, segundo Timótheo, com equipes do BNDES trabalhando nas empresas do grupo AES para avaliar a situação financeira. Ficarão na holding Novacom a distribuidora paulista de energia Eletropaulo, a geradora AES Tietê, a termelétrica Uruguaiana e possivelmente a distribuidora AES Sul, que ainda depende de uma avaliação mais apurada para entrar no negócio.

O banco chamou também especialistas nas universidades USP, UFRJ e UFF para fazer uma avaliação técnica dos equipamentos dessas empresas, para evitar riscos de desabastecimento de energia.

“Queremos ver os pontos fracos. Se detectarem problemas podemos bater de frente de novo com o grupo AES, porque precisaríamos de mais investimentos na empresa, diminuindo o dividendo de um grupo que tem que pagar dívidas”, afirmou.

Pelo acordo que poderá ser oficializado, a AES terá que destinar 100 por cento dos seus dividendos na nova empresa para pagamento da dívida com o BNDES nos primeiros dois anos e depois disso, 90 por cento.

AUMENTO DE CAPITAL

O diretor informou ainda que o banco está negociando com o Tesouro Nacional um aumento de capital para diminuir a sua alavancagem, que está bem acima da média do setor. Como alternativa para o Tesouro não ter que desembolsar recursos, Costa sugere uma capitalização por meio de ações de empresas estatais, como Banco do Brasil, Petrobras ou Eletrobras .

O orçamento de 2004, previsto para ser recorde de 47 bilhões de reais, depende desse aumento de capital, segundo Costa, que espera resolver a questão no curto ou médio prazo.

“O banco está com volume de empréstimos muito grande e tem patrimônio líquido pequeno, com o aumento vai ficar com uma estrutura de capital mais salutar”, avaliou.

Fonte:IG

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