30/09/2003 13h22 – Atualizado em 30/09/2003 13h22
Nos dias 1º e 2 de outubro, a Petrobras traz para Brasília o espetáculo “Ary, O Brasileiro”, como parte das comemorações dos 50 anos da empresa. As apresentações serão às 21h, no Americel Hall, na Academia de Tênis, e a entrada será gratuita. Os ingressos podem ser retirados no Americel Hall ou no saguão do auditório do Edifício Petrobras (Setor de Autarquias Norte, Quadra 01 bloco D), nos dias 30/09, 01 e 02/10, das 9h às 18h, até esgotar a lotação.
Em setembro, dois meses antes do centenário de nascimento do autor de “Aquarela do Brasil”, reestreou no Rio de Janeiro o musical “Ary, O Brasileiro”. Apresentado na cidade pela primeira vez em 1994, no Teatro João Caetano, dentro do Projeto Seis e Meia, coordenado então por Albino Pinheiro, esta nova montagem reconta a vida e a obra de Ary Barroso através da viagem musical do Grupo Bons Tempos e dos textos do jornalista Sérgio Cabral, biógrafo do compositor.
A nova temporada, que permanecerá em cartaz até fevereiro de 2004, sob o patrocínio da Petrobras, preservará os arranjos, repertório, textos, elenco e encenação originais. Uma única cena, referente à campanha do “Petróleo é Nosso”, que mobilizou o país entre 1947 e 1953, culminando com a fundação da Petrobrás, foi acrescentada como forma poética de agradecimento à Petrobras pelo patrocínio, que viabilizou a volta do musical justamente no ano do centenário de Ary Barroso.
Uma turnê nacional está sendo realizada, incluindo passagens por São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre (entre outras), num total de 52 shows.
A idéia de fazer este musical surgiu em 1992, quando os integrantes do Grupo Bons Tempos observaram que as canções de Ary Barroso estavam muito presentes no repertório do quinteto. A história de vida de Ary contribuiu, já que ele foi uma controversa figura, capaz de cantar a singeleza das coisas do morro e, ao mesmo tempo, compor trilhas para filmes de Walt Disney, em Hollywood, atuar como vereador (“um desastre”, nas palavras do próprio), advogado (apesar de reconhecer que não nasceu para isso), jornalista, narrador esportivo e homem de rádio e televisão. Ou seja, um dos personagens mais marcantes do Rio de Janeiro nas décadas de 40 e 50.
Por uma dessas coincidências do destino, em meados de 1993, Sérgio Cabral lançou o livro “No Tempo de Ary Barroso”, pela Editora Lumiar. Foi quando o Grupo Bons Tempos encontrou o parceiro ideal para a empreitada: se Sérgio Cabral concordasse, ele assinaria o roteiro e os textos do espetáculo, enquanto o Grupo cuidaria da parte musical. Conclusão: depois de algumas garrafas de uísque, o ilustre jornalista estava totalmente convencido da importância de prestar mais esta homenagem ao mestre. O próprio Sérgio Cabral aparece em vídeos projetados num telão, mostrando três locais onde Ary Barroso viveu bons momentos: o bar Vilariño, os estúdios da Rádio Nacional e o Estádio do Maracanã.
O resultado é um espetáculo alegre e dinâmico, onde a obra de Ary Barroso é executada pelo Grupo Bons Tempos com leituras diversificadas e arranjos para várias formações instrumentais. Tudo embalado pela lembrança de histórias que destacam aspectos peculiares da vida do compositor. Para interpretar as canções, o Grupo Bons Tempos (composto por violão de sete cordas, cavaquinho, timba, pandeiro e vozes) conta com o reforço de sete músicos convidados: Goyo Lima (saxofone e flauta), Rubinho Antunes (trompete), Lucimar (saxofone de vara), Ricardo Matsuda (violão e baixo), Guilherme Ribeiro (piano e teclados) e Pepa Ddocument.write Chr(39)Elia (bateria).
Fiel às raízes do samba e juntos há 20 anos, o Grupo Bons Tempos é formado por Alfeu (cavaquinho e vocais), Caco (vocal solo e percussões), Chiquinho (pandeiro e vocais), Elder (timba e vocais) e Newton (violão de sete cordas e vocais). Em todos esses anos, eles executam, de maneira tradicional e com arranjos vocais, o melhor do repertório de Cartola, Ary Barroso, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Paulinho da Viola, entre outros.
Fonte: Rádio Brás