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domingo, 6 de julho de 2025

Exposição traz à luz fotos de D. Pedro II guardadas por 110 anos

29/09/2003 13h27 – Atualizado em 29/09/2003 13h27

O Imperador D. Pedro II era um entusiasta das artes, das ciências e das novidades técnicas de sua época. Nas suas viagens pelo exterior, a maioria de estudo e pesquisa, levava consigo uma comitiva de especialistas nos temas locais e também um fotógrafo, responsável por registrar sua passagem pelos diversos locais que visitava. Foi assim que o imperador começou se interessar pela fotografia e deu início à coleção, que ficou 110 anos guardada no arquivo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Agora, as imagens registradas por D. Pedro II podem finalmente ser vistas graças a uma iniciativa do Instituto Cultural Banco Santos, que as restaurou. A exposição “De Volta à Luz – Imagens nunca vistas do Imperador” possibilita a compreensão da história do Brasil no Segundo Reinado e ajuda o público a conhecer a própria história da fotografia. O prédio do Banco Santos, no Jardim Paulistano, abriga a mostra, que pode ser visitada até o final de outubro. A coleção de fotos de D. Pedro II foi doada por ele à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro com o advento da República. Ele ainda pediu que o acervo fosse batizado de “Coleção D. Thereza Christina Maria”.

Concebida e montada pelo museólogo Marcello Dantas, a exposição, que também é uma viagem pela história da fotografia através do olhar de D. Pedro II, é dividida em três partes. O primeiro módulo apresenta fotografias de coleções particulares, cuja temática é a família imperial. Há diversas imagens de D. Pedro, da imperatriz Dona Thereza Christina Maria e familiares. O destaque do bloco é auto-retrato de D. Pedro II, feito no palácio de São Cristóvão, em 1855, no qual o imperador aparece confortavelmente apoiado em uma grade de varanda.

No módulo “Imagens do Exílio”, há uma interessante contraposição de fotos da Princesa Isabel e seu marido, o Conde D’Eu com os respectivos negativos. Os negativos dessas fotografias do casal no exílio na França são chapas secas ou placas secas de vidro recobertas com emulsão de gelatina e brometo de prata. No mezzanino, painéis de vidro mostram textos e projeções digitais em movimento, que contam um pouco da vida do Imperador e da sua coleção de fotografias no século XIX, as “enroladinhas”, que receberam essa denominação por terem ficado armazenadas durante décadas em caixas de flandres, e se enrolaram com o tempo.

O ponto mais alto da exposição é a coleção de fotografias de viagens de D. Pedro II. As imagens de várias cidades do exterior, como Cairo e Pompéia, são intercaladas por depoimentos do próprio retirados dos diários de viagens do imperador. As fotografias estão dispostas numa espiral, para lembrar as “enroladinhas”, mas também fazendo alusão a um rolo de filme fotográfico gigante. Na sala há diversas explicações sobre métodos fotográficos antigos e alguns equipamentos expostos.

Quanto ao desenho da mostra, Dantas ressalta que buscou criar a percepção de que a luz emana das fotografias, em vez de iluminá-las de forma refletida e convencional. Segundo ele, para iluminar as fotos foi usada uma nova tecnologia, a eletroluminescência, que produz uma luz muito suave, difusa e surpreendentemente flexível. a sensação que essa montagem inovadora proporciona é de imagens piscando levemente na escuridão, sem cessar, como vaga-lumes numa floresta escura.

De Volta à Luz – fotografias nunca vistas do Imperador

Instituto Cultural Banco Santos

Rua Hungria, 1100 (Av. Marginal Pinheiros esquina Al. Gabriel Monteiro da

Silva – Jardim Paulistano

De 25 de junho a 31 de outubro de 2003

3ª a 6ª, das 10h às 17h30

Sábados, domingos e feriados das 10h às 16h30

Agendamento de visitas para grupos: (011) 38189591

Monitores no local

Fonte: Radio Brás

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