17/06/2003 08h52 – Atualizado em 17/06/2003 08h52
O Metrô está parado e 2,6 milhões de usuários serão prejudicados hoje com a paralisação dos serviços em São Paulo. O Sindicato dos Metroviários não está cumprindo a liminar concedida ontem pelo juiz João Carlos de Araújo, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, que determinou o funcionamento de 100% dos trens nos horários de pico e de 80% nos horários intermediários. O juiz proibiu que os terminais fossem fechados e estabeleceu multa de R$ 200 mil por dia ao Sindicato caso a determinação não fosse cumprida.
Por causa da greve, a capital paulista registra hoje o segundo maior congestionamento do ano por causa da greve. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), são 121 quilômetros de vias congestionadas. O maior índice do ano ocorreu no dia 8 de abril, às 8h30m, e os 123 quilômetros de lentidão foram provocados por uma greve de motoristas e cobradores de ônibus.
A CET informa que a paralisação do Metrô deverá levar para as ruas 350 mil carros a mais. Normalmente, eles ficam na garagem porque seus donos utilizam o Metrô.
Muitos paulistanos foram apanhados de surpresa no início da manhã de hoje ao encontrar as estações fechadas, pois não sabiam da greve, que foi decidida na noite de ontem. Na estação Barra Funda, que abriga também terminais rodoviários e ferroviários, é grande o número de pessoas em busca de alternativas como vans e ônibus. A estação Tietê também está fechada.
O rodízio de veículos foi suspenso hoje por causa da paralisação do Metrô, o que significa que os carros com placas finais 3 e 4 poderão circular livremente. As áreas de zona azul, que correspondem a estacionamentos em vias públicas, também foram liberadas pela Prefeitura de São Paulo.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou ontem que estenderia os horários de pico para atender a demanda do Metrô. Porém, a estação Corinthians–Itaquera, na Linha E (Brás – Guaianazes), está fechada hoje, uma vez que ocupa o mesmo espaço que a estação do metrô, que está fechada por causa da greve.
O Sindicato dos Metroviários afirma que a liminar do TRT não poderia ser cumprida porque, se fosse, não existiria greve da categoria, já que os trens do Metrô funcionariam normalmente. Segundo o presidente da entidade, Flávio Godoy, os metroviários se recusaram a manter um número mínimo de trens em circulação.
O Secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou há pouco que a Companhia do Metropolitano não vai atender a reivindicação dos metroviários porque não há recursos suficientes.
- Não há uma queda de braços, mas não temos condições de pagar esse reajuste – disse Fernandes.
No último dia 29, o TRT-SP julgou o dissídio coletivo da categoria e determinou que o Metrô pagasse um reajuste de 18,13%, retroativo a maio, que é a data-base da categoria. Godoy afirmou que a diferença de maio não foi paga e na última sexta-feira os funcionários também receberam o adiantamento salarial sem reajuste. A Companhia do Metropolitano recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) ontem, para anular a decisão do TRT-SP. Está marcada para as 14h de hoje uma audiência de conciliação no TRT.