07/02/2003 15h17 – Atualizado em 07/02/2003 15h17
LISBOA – Luiz Felipe Scolari pode ter mudado do Brasil para Portugal, mas não deixou de lado seu velho estilo de comandar uma equipe.
Com seu forte caráter e determinação, Felipão fez amigos e inimigos quando era técnico da seleção brasileira.
E, logo o na sua primeira convocação da seleção portuguesa, na quinta-feira, já conseguiu agradar e desagradar na mesma medida, surpreendendo torcedores e jornalistas ao deixar de fora três nomes usuais na equipe para o amistoso da próxima semana contra a Itália.
“Scolari deixa os document.write Chr(39)Intocáveisdocument.write Chr(39) fora da convocação”, disse a manchete desta sexta-feira do jornal esportivo português Record.
O goleiro Vitor Baía, do Porto e que defendeu a equipe na Copa do Mundo de 2002; Nuno Gomes, do Benfica; e João Pinto, do Sporting, que retornou aos campos em outubro passado, após cumprir quatro meses de suspensão por ter dado um soco no estômago de um árbitro durante o Mundial da Coréia do Sul e do Japão, acompanharão o amistoso pela televisão.
Programas de rádio e televisão debateram arduamente as escolhas de Scolari, que chamou apenas nove jogadores que foram à última Copa do Mundo, na qual Portugal chegou como favorito e acabou eliminado na primeira fase.
Uma caricatura no jornal esportivo A Bola mostrou como Felipão conseguiu, com uma só cajadada, provocar hostilidade dos três mais poderosos times de Portugal.
Não faltaram comparações com a ausência de Romário na seleção brasileira que se sagrou pentacampeã no último mundial.
Durante a coletiva da quinta-feira, quando os jornalistas lhe perguntaram a razão pela qual deixou Baia de fora, Scolari saiu com sua tradicional resposta.
“Não falo sobre jogadores que não foram convocados”, disse o treinado brasileiro.
Segundo o jornal Record, “nenhum técnico português se atreveria a deixar Vitor Baia ou João Pinto fora do time”.
Mas, a decisão de Felipão também foi bem recebida, com destaque para as convocações dos estreantes Silas Fernandes, do União Leiria, Hélder Postiga, do Porto, e Miguel Miranda, do Benfica.
O jornal Público, ao mesmo tempo que lamentava a ausência de Baia, elogiava a coragem de Scolari, dizendo que o técnico brasileiro está “pronto para quebrar tabus e apostar em uma renovação”.
Afinal, o treinador brasileiro foi contratado justamente para por ser neutro às “panelinhas” do futebol português.
Antes de Scolari, a Federação Portuguesa de Futebol havia cogitado a possibilidade de contratar o técnico português Manuel José. Mas, os dirigentes acabaram desistindo devido a supostas ligações entre o treinador e os times.
Felipão foi contratado a fim de preparar a equipe para a Eurocopa 2004, torneio que será realizado em Portugal.
Fonte: Associated Press
