23/01/2003 18h23 – Atualizado em 23/01/2003 18h23
Geraldo diz que Prefeitura comprova morosidade na aplicação de recursos
Matéria publicada pela Prefeitura de Dourados confirma, de uma maneira clara, a morosidade e a letargia com que a saúde pública é tratada no Município. A afirmação é do deputado Geraldo Resende, ao ler a resposta a um questionamento que o mesmo fez, acerca da não aquisição de vários equipamentos para o PAM, que viabilizariam um novo e moderno laboratório de análises clínicas, substituindo equipamentos obsoletos e ultrapassados por aparelhos modernos e automatizados e que fariam exames com mais rapidez e precisão, ao lado de instrumentais de outros setores daquela unidade, muito embora os convênios tivessem sido assinados em março, e os recursos, liberados em 6 de maio do ano passado.
“A matéria mostra que estávamos certos, pois até agora a Prefeitura não adquiriu muitos dos equipamentos que poderiam modernizar o atendimento do PAM, muito embora o dinheiro tivesse sido depositado na conta do Município há mais de oito meses”, afirma o parlamentar, explicando que em nenhum momento acusou a Prefeitura de desvio de recursos, mas sim a demora na compra dos aparelhos.
Além de confirmar que vários equipamentos previstos nos convênios 041/02, no valor de R$ 80 mil e de número 039/02, no valor de R$ 50 mil ainda não foram comprados, a matéria da Prefeitura “usa a inexperiência do ex-secretário municipal de Saúde, engenheiro Paulo Figueiredo, para justificar a demora na execução dos convênios, com argumentação frágil e que carece de substância, na tentativa de diminuir nossa atuação parlamentar, que sempre foi no sentido de cobrar maior agilidade na aplicação de convênios que nós ofertamos generosamente ao Município de Dourados, com apoio do Governo Popular, no período em que ocupamos a Secretaria Estadual de Saúde”, afirma o deputado.
Geraldo Resende diz que não é de hoje que questiona a morosidade na aplicação de recursos na área de saúde. Ele cita, como exemplo, equipamentos para o Centro de Referência Saúde da Mulher, que demoraram um ano para serem adquiridos, após várias cobranças que ele fez na imprensa, alguns dos quais, estão funcionando precariamente, não foram comprados ou ainda não entraram em funcionamento, como é o caso do aparelho de densitometria óssea, entregue no Centro em 8 de março do ano passado e que ainda não está disponibilizando os exames para a população.
Outro processo moroso foi a compra de três ambulâncias com os recursos da ordem de R$ 80 mil que ele, enquanto secretário estadual de Saúde, repassou em dezembro de 2001 para a conta da Prefeitura de Dourados e que demorou mais de seis meses para serem entregues à população.
Resende também citou a demora em relação aos gabinetes odontológicos entregues em 12 de abril às escolas Alicio Araújo e Celso Muller do Amaral e que até o final do ano passado não tinham sido ativados. A implantação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é outra medida que a Prefeitura está demorando para implementar, apesar de inúmeras cobranças do deputado. O convênio foi assinado em 9 de agosto de 2001 entre a Secretaria de Estado de Saúde e a Prefeitura de Dourados, mas as obras somente começaram em janeiro do ano passado, com previsão de entrega em cinco meses. Concluída a três meses, até agora a obra não foi inaugurada.
O deputado também citou a reforma de 17 postos de saúde do Município, cuja primeira parcela (R$ 225 mil de um total de R$ 450 mil) foi depositada pelo Estado em 5 de junho do ano passado na conta da Prefeitura, mas não há, até agora, notícia de que essas reformas foram concluídas.
“Estamos fazendo esse alerta no sentido de colaborar criticamente com o Município, para que tenha mais agilidade na aplicação de recursos em um setor primordial, que é o da saúde, e no qual não podemos perder um minuto sequer, sob pena de agravarmos ainda mais a saúde das pessoas e de corrermos risco de perdermos vidas valiosas”.
Segundo Geraldo, a posição que ele tem tornado pública, após várias tentativas de resolvê-las institucionalmente, é a mesma que sempre adotou, desde a época em que exercia o mandato de vereador. “Certamente seria a mesma cobrança que os atuais mandatários do Município fariam se não estivessem no poder”, diz o parlamentar.
O deputado questiona, ainda, a omissão de organismos de controle social, como o Conselho Municipal de Saúde, que deveria fiscalizar a aplicação desses recursos, ao lado do arrefecimento de entidades que no passado tiveram atuação exemplar na luta por melhores condições de saúde, como o Movimento Popular de Mulheres.




