21/01/2003 09h50 – Atualizado em 21/01/2003 09h50
Cerca de vinte caçadores mataram 147 leões-marinhos na ilha San Gallán, situada em uma das principais reservas naturais do Peru, para extrair os seus órgãos genitais. O massacre dos animais aconteceu em setembro passado, segundo denúncia apresentada por funcionários da Reserva Nacional de Paracas à Procuradoria da província de Pisco, mas até o momento os responsáveis pelo atentado ecológico não foram identificados.
Segundo o jornal El Comercio, os leões-marinhos foram mortos a golpes e facadas por um grupo de 20 pescadores que receberam, em troca, apenas US$ 571 dólares. As autoridades do Instituto Nacional de Recursos Naturais (Inrena) fazem apenas uma visita mensal à ilha San Gallán, a maior e mais rica em fauna marinha da reserva natural, para inspecionar o local, e em uma delas encontraram os restos dos lobos machos assassinados.
Os animais tiveram os órgãos genitais extirpados, motivo pelo qual se acredita que foram destinados ao mercado negro asiático que produz afrodisíacos com os tecidos reprodutivos dos leões marinhos. O chefe do Inrena na região, Rafael Tamashiro, disse que era a primeira vez que ocorria um massacre assim, mas que se podia presumir que foi planejado. Tamashiro informou ao jornal que está prevista a instalação de um posto de vigilância permanente na ilha de San Gallán.
A costa peruana, especialmente no departamento de Ica, cerca de 325 quilômetros de Lima, abriga cerca de 36 mil leões-marinhos da espécie Arctocephalus australis e Otaria byronia) que são a principal atração de suas ilhas. Estes mamíferos foram dizimados em quase 70% em 1998 pelas desordens climáticas, causadas pelo fenômeno El Niño.
Fonte: Agência EFE




