21/01/2003 13h34 – Atualizado em 21/01/2003 13h34
PT e PMDB têm 48 horas de negociação para tentar chegar a um consenso sobre a disputa da presidência do Senado. Depois disso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) vai priorizar as conversas diretas com lideranças de outros partidos para tentar viabilizar sua candidatura.
No café da manhã de hoje entre os senadores Tião Viana (PT-AC), Calheiros e o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), as negociações para uma candidatura única e consensual não avançaram, apesar do aparente clima de cordialidade. A reunião ocorreu na casa de Viana e não teve a participação do presidente do PT, José Genoino, que chegou a anunciar sua presença.
“Ainda não conseguimos encontrar uma solução”, afirmou Mercadante, que também conversou ontem com o candidato apoiado pelo governo, senador José Sarney (PMDB-AP).
Apesar disso, Mercadante reafirmou que a unidade do PT e uma eleição sem maiores desgastes para a mesa do Senado seria importante para manter o partido unido e, dessa forma, facilitar a governabilidade do país. “Há um sentimento comum de que a unidade do PMDB seria um fato importante para o PMDB e para o país”, disse.
Calheiros seguiu o mesmo discurso, mas foi enfático sobre o prazo para o sucesso das negociações: “Queremos evoluir para uma saída que preserve a unidade do PMDB. As próximas 48 horas serão decisivas. Se não evoluirmos, aí vai ficar difícil. Se não encontrarmos a saída, vamos para a disputa”.
O senador e líder do PMDB reafirmou que não abrirá mão de sua candidatura e negou, por enquanto, a possibilidade de um terceiro nome como alternativa para a disputa da Casa. “Não adianta trocar Chico por Francisco”, afirmou.
Se as negociações entre PT e PMDB falharem, Calheiros discutirá com o governo e partidos a definição de regras para a disputa da presidência do Senado. “Seria importante combinar regras para não termos uma disputa passando dos limites”, afirmou. O partido espera, com isso, não sofrer a interferência do governo na escolha interna do PMDB.
Fonte: Folha Online




