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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Monstro espanca criança de 1 ano em Manaus

20/01/2003 09h50 – Atualizado em 20/01/2003 09h50

Um crime bárbaro e cruel. Foi desta forma que familiares, vizinhos, policiais e conselheiros tutelares classificaram a agressão praticada pelo office-boy Keitiano Andresson Lira dos Santos, 23, contra o enteado, o menino LEPC, de 1 ano e 2 meses.

Em conseqüência do espancamento, a criança está internada em estado gravíssimo na Unidade de tratamento Intensivo (UTI) do Hospital e Pronto-Socorro Infantil Dr. João Lúcio Pereira, o Joãozinho, com traumatismo craniano, o braço e a perna direita fraturados e os testículos inchados.

A agressão aconteceu quarta-feira, no endereço do acusado, na rua Calcutá, conjunto Nova Cidade, Zona Norte. Keitiano foi preso e flagranteado no 15º Distrito Policial, no Monte das Oliveiras, Zona Norte, antes de ser encaminhado à Unidade Prisional de Puraquequara.

Pessoas que viram o estado de saúde em que se encontrava a criança disseram terem ficado chocadas com o que consideram uma brutalidade sem precedentes praticada pelo padrasto contra o enteado. O conselheiro Tutelar da Zona Leste, Norberto Duarte, 38, chegou a chorar ao ver o estado em que se encontrava LEPC. “A criança está toda quebrada”, afirmou ele, que após o contato com um médico pediatra que assiste a vítima no Joãozinho confirmou as fraturas do braço e da perna do menino. LEPC apresentava ainda traumatismo craniano, sangramento no ouvido direito, trauma no abdômen, além de edemas e equimose nos testículos.

Em sua experiência como profissional, o conselheiro conta que nunca havia constatado tanta violência praticada contra uma criança. Ele acredita que a LEPC tenha sido violentamente agredido de várias formas.

O traumatismo craniano, de acordo com os médicos, foi causado, provavelmente, no momento em que a criança foi arremessada pelo padrasto contra a parede da casa. O edema nos testículos teria sido provocado por um chute. “Essa agressão deixou o testículo do menino como se fosse de um adulto, de tão inchado que está.” No Joãozinho, LEPC foi examinado por uma equipe formada por quatro médicos.

Revolta toma conta da família

O clima também era de indignação e revolta entre os pais, amigos e vizinhos. A vendedora Lidiane Cristiane Costa Pereira, 20, mãe da criança, estava inconformada e não entendia os motivos que levaram o companheiro a agredir o filho dela.

“Quero é que ele pague pelo que fez com o meu filho”, afirmava, revoltada e confirmando que há cerca de um mês havia suspeitado que o filho tinha sido vítima de uma primeira agressão praticada pelo companheiro. “Ele apareceu com hematomas no corpo, mais uma vez quando deixei o Keitiano cuidando do menino. Mas como a mãe e o irmão dele ficaram com ele na casa onde estavam, não acreditei que tivesse espancado meu filho”, afirmava ela.

O pai de LEPC, o soldado PM Carlos Eduardo Matos Costa, 24, estava inconformado. “Não dá para entender tanta violência.” Eduardo contou que estava separado de Lidiane desde que LEPC nasceu. “Não sabia nem que ela estava com esse cara e nem sei quem é ele. Por isso não sei quais os motivos que levaram ele a fazer isso”, afirmou.

“Foi uma monstruosidade o que ele fez com essa criança”, disse a vizinha da família, Diana Carla Pinheiro Alves, 23, que confirma ter ouvido a criança chorar e gemer o dia inteiro. “Provavelmente isso aconteceu na hora em que ele estava sendo agredido”, afirma ela.

O marido de Diana, o soldado PM Odair Rosalvo Meira, 30, era outro revoltado. Ele confirmou também ter ouvido os gemidos e gritos do menino vindos da casa ao lado, mas disse que não pôde fazer nada pelo fato de não imaginar que a criança estava sendo agredida pelo padrasto. “Cheguei até a ver ele apanhar uma ripa no quintal da casa dele, provavelmente para espancar o garotinho”, afirmava.

édicos: cirurgião geral, ortopedista, neurologista e pediatra.

Depoimento considerado mentiroso

O depoimento de Keitiano Andresson, prestado ao delegado Antônio Marcos da Silveira, da Central de Flagrantes, no 15º DP, foi considerado mentiroso e contraditório.

Antes de ser preso e conduzido à delegacia, o acusado contou à mãe do menino e aos vizinhos duas versões. A primeira de que LEPC havia caído de um velocípede quando brincava dentro de casa. Na outra versão, ele disse que a criança se acidentara ao cair de cima de uma bicicleta que estava encostada junto à janela da casa.

“Não espanquei ele não. Isso aconteceu porque ele caiu realmente da bicicleta”, afirmava o acusado, que confirma que estava vivendo há três meses com a mãe da criança. “Nossa relação sempre foi boa e não tinha motivos para agredir o filho dela”, afirmou.

Fonte: A Crítica

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