20/01/2003 10h19 – Atualizado em 20/01/2003 10h19
Moradores de Guarulhos, na Grande São Paulo, tentaram invadir, por duas vezes, o 4º DP do município, na tarde de ontem. O objetivo era linchar Elisandro Bezerra da Silva, 20, acusado de estupro e homicídio.
Silva foi preso na tarde de ontem, em sua casa. Na madrugada, a estudante Juliana Luisa Ferreira, 18, foi violentada e assassinada após ser abordada pelo rapaz quando saía de casa, no Jardim Guaraci, segundo a polícia.
O corpo de Juliana foi encontrado no início da manhã de ontem, num pomar. Estava de bruços, com as calças abaixadas.
Amigos da vítima contaram que ouviram gritos de uma mulher durante a madrugada. Muitos ainda saíram para procurá-la. O ajudante geral Edson José da Rocha Júnior, 19, disse à polícia que viu um homem correndo e chegou a agarrá-lo pela camisa, mas o suspeito fugiu.
No local do crime, o assassino deixou um par de sapatos, duas chaves e a pochete com documentos, uma agenda telefônica e um holerite em seu nome.
Uma tia de Silva informou à polícia onde ele morava. Silva foi preso e levado para o 4º DP. Segundo a polícia, ele tinha arranhões no pescoço e na testa. Outra vítima de um estupro ocorrido em 24 de novembro o reconheceu como autor do crime. A moça contou que foi abordada por ele às 4h, num ponto de ônibus, quando ia para o trabalho. “É ele, tenho certeza”, disse ao sair do DP.
Cerca de 30 pessoas_ amigos, parentes e vizinhos de Juliana_ fizeram uma manifestação em frente à delegacia e tentaram invadir o DP para linchar Silva. No final da tarde, o grupo se dispersou. A irmã da vítima chegou à delegacia por volta das 16h. Nervosa, ela pedia para entrar no DP para ver o autor do crime. “Minha mãe ainda nem está sabendo. Ela está em Itapevi, na casa de uma outra irmã que acabou de ter bebê”, disse.
À noite, o grupo revoltado com o crime voltou ao DP. Já eram cerca de cem pessoas. Para evitar a invasão da delegacia, a polícia precisou atirar para cima e usar gás de pimenta. Em seguida, Silva foi transferido o 1º DP.
Juliana tinha três irmãs e um irmão. Segundo os amigos, era estudante do ensino médio e estava desempregada, mas ajudava um primo, que é dono de uma doceria.
“A mãe dela parece que estava pressentindo. Somente hoje ligou umas três vezes lá em casa pedindo para falar com a Juliana. Ninguém teve coragem de contar ainda, porque ela operou de um aneurisma recentemente”, disse Elson de Sena, 25, primo da vítima.
Fonte:Agora São Paulo



