20/01/2003 14h58 – Atualizado em 20/01/2003 14h58
O deputado Akira Otsubo, em entrevista ao Perfil News, disse que cabe ao Estado acompanhar o cumprimento dos termos do acordo feito com a Cesp – Companhia Energética do Estado de São Paulo.
Ele se referiu às obras que estão sendo realizadas nos municípios impactados e também à questão de preservação do meio ambiente.
Akira é profundo conhecedor do assunto, graças ao seu empenho em acompanhar de perto a questão, como presidente da Comissão Especial de acompanhamento das obras da Hidrelétrica de Porto Primavera, na Assembléia Legislativa. Além disso, o deputado teve participação decisiva e influente nas negociações da Cesp com a Unipar – União dos Municípios do Alto Paraná.
“As mais de 20 ações cíveis públicas, movidas contra a Cesp e que resultaram em acordos, foram motivadas por denúncias, encaminhadas por nós ao Ministério Público”, lembrou Akira.
ARGILA
Entre os efeitos negativos da formação do lago de Porto Primavera, já anteriormente previstos nas discussões e audiências públicas, foi a questão do fornecimento de argila.
“Sobre o que eu mais briguei, na época, foi sobre argila, que já está fazendo falta às olarias e cerâmicas”, disse Akira, ao informar que cerâmicas de Bataguassu e de Brasilândia estão fechando, por falta de matéria prima.
No lugar de matéria prima e de acordo com alguns ceramistas e oleiros, a Cesp os indenizou com maquinários mais eficientes, em detrimento do fornecimento de argila, avaliou Akira.
DESENVOLVIMENTO
Por outro lado, todos os municípios impactados com a formação do lago da usina hidrelétrica Sérgio Motta, de Porto Primavera, estão começando a colher resultados de crescimento e de progresso, graças aos recursos advindos da Cesp, lembrou o deputado. “Todos os prefeitos que concorreram à reeleição ganharam as eleições, graças às obras da Cesp”, analisou Akira.
Nos cinco municípios diretamente impactados (Três Lagoas, Brasilândia, Bataguassu, Santa Rita do Pardo e Anaurilândia), estão sendo feitas obras de saneamento básico, asfalto, escolas, creches, casas populares e outras de interesse específico de cada prefeitura.
“Quase todas as reivindicações dos prefeitos foram atendidas pela Cesp, através da força política da Unipar”, considerou o deputado.
Cabe ao Estado o acompanhamento minucioso do acordo da Cesp com os municípios. Segundo o deputado, temos que continuar cobrando da estatal paulista, as matas ciliares, não só na beira dos rios impactados, mas também nas bacias que sofreram as conseqüências da obra.
O deputado lembrou ainda, que precisamos também acompanhar e fiscalizar os recursos anuais de R$ 800 mil, firmados no acordo e destinados à preservação ambiental de reserva permanente de 73 mil hectares, em Ivinhema.
