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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

REFLEXÃO: Pedido de Natal

19/12/2002 16h56 – Atualizado em 19/12/2002 16h56

” Querido Jesus.

Soube que o senhor é quem distribui presentes para todos no Natal.

Muita gente não acredita em Papai Noel, mas tia Belinda me disse que Papai Noel

é o senhor mesmo. Vou colocar esta carta na Caixa-do-Correio, pedindo uma coisa.

Vou explicar. Não queria que o senhor me desse brinquedos,

nem mesmo o automóvel que vi na loja.

Queria que o senhor me trouxesse minha mãe.

O senhor sabe que ela nos deixou porque sofria demais.

De noite, quando meu pai chegava da rua, fechava a porta com força

e xingava muito, pois havia tomado bebidas fortes.

Dava pontapés nas cadeiras e depois avançava para ela querendo bater

e, às vezes, até batia mesmo. Mamãe chorava, abraçada comigo, até que,

uma noite, ela saiu e não voltou mais. Fiquei muito triste e papai também.

Ele é bom para mim, mas quando bebe diz que eu não presto,

que vai me levar para um asilo ou um orfanato. Estou doente, querido Jesus,

mas permaneço na escola. Quando é de noite, sinto frio e tenho muita tosse.

Tia Belinda e dona Silvana cuidam de mim, mas não é a mesma coisa

que minha mãe. O Senhor poderá encontrar mamãe e trazê-la.

Se o senhor disser a ela que estou doente,

sem dormir de noite e tomando remédio,

sei que ela virá. Querido Jesus, não precisa mandar brinquedos,

nem bombons como no ano passado. Traga mamãe para mim.”

Rebeca leu a assinatura engasgada de emoção.

Funcionária dos Correios de uma grande metrópole,

atendia à seleção da correspondência recolhida pela manhã.

Em dado momento, um papel dobrado, sem envelope, lhe caiu aos pés.

Apanhou-o. Uma folha simples, trazia um endereço em letras desajeitadas:

“Para Jesus, no Céu”. A funcionária examinou o pequeno e estranho

documento e, porque estivesse evidentemente aberto,

mergulhou-se em sua leitura, de modo a inteirar-se de seu conteúdo.

E devorou o bilhete palavra por palavra. Chegara-lhe às mãos a

missiva do filhinho de oito anos.

Desfez seus compromissos e demandou ao antigo lar.

Recebida alegremente pelas duas senhoras que lhe chefiavam agora a casa,

rapidamente alcançou o quarto do filhinho, com a ansiedade de quem

reencontra um tesouro perdido, e o pequeno, ao vê-la,

ergue-se do leito, exclamando, feliz:

  • Ah, mamãe ! Mamãe ! …

Então Jesus recebeu minha carta e trouxe a senhora de volta !

Que lindo Natal vai ser este !… Que lindo !…

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