11/12/2002 17h03 – Atualizado em 11/12/2002 17h03
BRUXELAS – Ministros da área ambiental da União Européia (UE) chegaram a um acordo sobre novas formas de controle dos organismos geneticamente modificados (OGMs), o que pode ser um sinal de que vão reabrir seus mercados para os alimentos transgênicos.
O bloco de 15 países, cuja presidência rotativa atualmente é da Dinamarca, promoveu uma reunião em Bruxelas, ao fim da qual o ministro dinamarquês Hans Christian Schmidt saiu otimista.
Agora podemos dar aos consumidores uma opção entre os produtos que contêm OGMs e aqueles que não os contêm”, disse.
Segundo o ministro, o resultado a que chegaram é muito importante para a Europa.
“Isso dará à indústria a possibilidade de usar os transgênicos para o benefício de todos”, afirmou o ministro em entrevista por circuito fechado de televisão.
As novas regras exigem que os navios que transportam grãos detalhem minuciosamente que produtos geneticamente modificados sua carga contém, se for o caso. As medidas ainda necessitam da aprovação do Parlamento Europeu.
A União Européia praticamente proíbe o consumo da maioria dos transgênicos desde 1999, quando vários países do bloco se comprometeram a não permitir que nenhuma nova safra de OGMs fosse usada, à espera de novas medidas sobre o que os meios de comunicações chamavam de “alimentos Frankenstein”.
Os Estados Unidos disseram que a proibição era ilegal, rejeitando temores europeus de possíveis riscos ambientais e para a saúde no futuro.
O gabinete do presidente norte-americano George W. Bush está estudando abrir um processo na Organização Mundial do Comércio contra a União Européia, conforme um alto funcionário dos Estados Unidos revelou na semana passada.
Holanda e Grã-Bretanha votam contra
As novas regras vão exigir que os navios que transportam genéricos ostentem um número de código que identifica a origem da colheita, permitindo que os produtos sejam retirados da cadeia alimentar se surgirem problemas.
A Grã-Bretanha e a Holanda votaram contra as regras, dizendo que se mostrariam muito dispendiosas para os navios que transportam as cargas, já que alguma mistura de grãos de transgênicos e de tradicionais é inevitável.
Eles queriam que os navios tivessem o rótulo “pode conter OGMs” sem precisar de uma lista exata dos grãos a bordo, mas foram minoria na votação.
O grupo ambientalista Greenpeace manifestação com o acordo.
“Uma maioria esmagadora de ministros salvou o sistema de rastreamento que estava sob ameaça”, disse Lorenzo Consoli, manifestante do Greenpeace.
Manifestantes contrários à modificação genética dizem que mesmo que os transgênicos – plantas ou animais cuja seqüência genética foi combinada com a de outras espécies – não apresentem riscos imediatos à saúde, podem contaminar as plantas convencionais e assim entrar na cadeia alimentar.
As novas regras têm o objetivo de assegurar que os transgênicos possam ser rastreados “da fazenda ao garfo” e retirados da cadeia alimentar se surgirem problemas para a saúde das pessoas ou danos ao meio ambiente.
Fonte: Reuters




