10/12/2002 08h34 – Atualizado em 10/12/2002 08h34
O temporal que caiu sobre Angra dos Reis provocou danos à região e causou 34 mortes. Em conseqüência de deslizamentos de terra ocasionados pelas chuvas, mais de 1.500 pessoas ficaram desabrigadas. Houve alagamentos em várias ruas, quedas de árvores e engarrafamentos. O prefeito Fernando Jordão decretou estado de calamidade pública e chegou a pedir o fechamento das duas usinas nucleares.
A chuva forte começou às 19h. De madrugada, o temporal provocou desabamentos em alguns pontos da estrada Rio-Santos. O tráfego ficou totalmente interrompido nos dois sentidos da rodovia, na altura de Mombaça e Camorim. Os bairros mais atingidos foram Japuíba, Areal, Ribeira, Belém e Perequê. A situação é mais crítica em Areal, onde houve mais mortes.
Os rios Mambucaba e Perequê transbordaram. Oito abrigos foram improvisados no município. A Defesa Civil do Estado destacou 80 bombeiros dos quartéis do Rio e do Sul Fluminense para Angra. A tragédia também afetou as áreas nobres da cidade. Em Ribeira, um desmoronamento de barranco causou a morte da família de um engenheiro civil. Os pluviômetros instalados na cidade registraram índices acima do considerado normal: 273 milímetros – o equivalente à chuva dos últimos dois meses.
A chuva também prejudicou os meios de transporte. Ônibus não circularam e o tráfego foi feito por barcos e botes improvisados. A prefeitura estima que os prejuízos cheguem a R$ 40 milhões. Hoje, o ministrso da Integração Nacional, Luciano Barbosa, vai visitar Angra para avaliar como o governo federal vai ajudar a cidade.
- A preocupação agora é com as residências que ficam nas encostas. Temos muitas casas construídas em áreas de risco – disse o prefeito. Pela manhã, Jordão tinha solicitado à Eletronuclear o desligamento das usinas. Segundo ele, em caso de acidentes, o plano de emergência não poderia ser cumprido devido à interdição da Rio-Santos. A empresa alegou que os deslizamentos não bloquearam as vias de acesso e manteve o funcionamento.
Fonte: JB Online
