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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Chuva causa morte e destruição em Angra dos Reis

09/12/2002 13h23 – Atualizado em 09/12/2002 13h23

RIO – Segundo a Defesa Civil de Angra dos Reis, subiu para 30 o número de mortos devido à forte chuva que desde ontem à noite castiga a cidade. Outras dezenas de pessoas estão desaparecidas. Os bairros mais atingidos são Mambucaba, Grande Belém e Areal. Os rios Mambucaba e Japuíba transbordaram, deixando 150 pessoas desabrigadas.

O prefeito Fernando Jordão decretou estado calamidade pública em conseqüência dos estragos. Os ônibus urbanos da cidade ainda não voltaram a circular.

A tempestade começou por volta das 19h deste domingo e não parou até agora. O volume da chueva, nessas últimas horas, é o mesmo dos últimos cinco meses. Uma barreira de 500 metros de extensão deslizou sobre a Rio-Santos, na altura do quilômetro 90, deixando a cidade de Angra dos Reis isolada. Máquinas da prefeitura já iniciaram a retirada da lama das pistas, mas não há previsão de quando a estrada será liberada. A rodovia está fechada nos dois sentidos desde às 2h30m.

O Corpo de Bombeiros da região já recebeu mais de 20 chamados e está dando prioridade aos casos mais graves. Os carros de resgate estão tendo dificuldades de chegar nos pontos mais críticos porque várias ruas estão alagadas. Bombeiros de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende estão a caminho de Angra para reforçar a equipe local. O prefeito pediu também reforços para a governadora Benedita da Silva. Dez bombeiros do Rio em dois carros e outros 50 em um ônibus também deverão ir para lá.

O Rio Japuiba transbordou, inundando várias ruas e casas da região. Os bairros mais atingidos são Camurim Pequeno, Belém e Areal. Ainda há a preocupação com novos desabamentos. Aproximadamente 60 mil pessoas no município moram em casas construídas na encosta de morros.

Um dos desabrigados do bairro de Areal, Robson de Moraes disse que a tromba ddocument.write Chr(39)água provocou uma avalanche de terra que cobriu pelo menos dez casas próximas à ferrovia que liga Angra a Barra Mansa. Robson disse que viu seis pessoas mortas – entre elas uma mulher grávida e dois filhos. Segundo Moraes, 70% das casas do bairro estão alagadas e as casas mais afetadas estão na Rua do Sossego. Ele acredita que morreram de 10 a 20 pessoas no bairro.

  • A tromba ddocument.write Chr(39)água abriu duas fendas no morro, provocando uma avalanche de terra que cobriu as casas. Tudo aconteceu por volta das três horas da madrugada. Desceu a montanha inteira. Moro aqui há 15 anos e nunca vi tragédia igual – contou Moraes.

O prefeito disse que vai precisar da ajuda dos governos estadual e federal para reerguer a cidade. Ainda não é possível saber o número de feridos, nem de desabrigados. As ruas alagadas e algumas barreiras dificultam o trabalho das equipes de salvamento, que têm dificuldade de se deslocar.

O presidente da Comissão de Assuntos Estratatégicos e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Angra dos Reis, Odir Plácido Duarte, pediu ao prefeito Fernando Jordão que entre em contato com urgência com Furnas para que a Usina Nuclear de Angra dos Reis seja desligada em conseqüência dos estragos provocados pelas chuvas.

  • Por Lei, a usina tem que ser desligada quando houver obstrução da Rio-Santos. Com a estrada fechada, o plano de emergência para acidentes nucleares não tem como funcionar. Além disso, os moradores dos bairros próximos à usina estão impedidos de chegar ao Centro de Angra e à Rio-Santos devido ao deslizamento de barreiras – disse Duarte.

Fonte: O Globo/CBN/GloboNews TV

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