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domingo, 14 de dezembro de 2025

Soldados israelenses matam 10 palestinos na faixa de Gaza

06/12/2002 08h58 – Atualizado em 06/12/2002 08h58

Tropas israelenses apoiadas por tanques e helicópteros entraram hoje no campo de refugiados palestinos de Bureij, na faixa de Gaza, deixando dez mortos e 19 feridos, disseram testemunhas e médicos.

A incursão israelense empregou cerca de 40 tanques, que entraram no campo de refugiados disparando morteiros e tiros de metralhadoras.

Os soldados deixaram o local por volta das 5h (1h em Brasília). Houve troca de tiros entre soldados e palestinos armados quando o Exército israelense ocupava o campo, destruía casas e prendia quatro palestinos.

O Exército disse que os soldados encontraram feroz resistência durante a operação, que durou três horas e visava à prisão de militantes palestinos. Moradores disseram que pelo menos três pessoas morreram por causa de um míssil disparado por um helicóptero. Segundo Israel, esse disparo foi feito contra quatro homens armados.

O diretor do hospital de Deir Al-Ballah, que fica na faixa de Gaza, Ahmad Rabbah, disse que as forças de Israel proibiram a entrada de ambulâncias no campo de Bureij.

“Os crimes do primeiro-ministro israelense [Ariel Sharon] vão continuar impunes”, disse o assessor governamental palestino Ahmed Abdel-Rahim, que se referiu a Sharon como “vampiro”. “O massacre de Bureij mostra que resistir à ocupação e aos assentamentos é um dever de todos os palestinos.”

Ontem, Sharon disse que a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, está se estabelecendo na faixa de Gaza e no Líbano, mas aparentemente a incursão em Bureij não tem relação com essa acusação.

Segundo um hospital local, todos os mortos em Bureij tinham na faixa de 20 e 30 anos. Vários deles eram parentes entre si.

“É como se as portas do inferno tivessem se aberto em nosso campo”, disse Mohammed Al Maqadama, 20. “Eles transformaram este em um Eid sangrento”, afirmou, em referência à importante festa que marca o final do mês sagrado muçulmano do Ramadã.

O general Yisrael Ziv, comandante do Exército de Israel em Gaza, declarou que seus homens invadiram o campo de refugiados para explodir a casa de um militante palestino e prender três subordinados dele.

“Encontramos muita resistência e nossas forças dispararam contra homens armados. Identificamos 12 a 14 deles. Às vezes, a batalha era disputada a apenas dez metros. Eles usavam rifles Kalashnikov, granadas e foguetes antitanque”, afirmou o general.

O Exército disse que o dono da casa demolida era Eyman Shishnyiah, supostamente membro dos Comitês Populares de Resistência, uma coalizão de grupos palestinos laicos e religiosos. Ele seria o responsável por um ataque a tanques israelenses, que matou três militares, há alguns meses.

A destruição de casas faz parte das “medidas de dissuasão contra o terrorismo”, segundo o Exército de Israel. Desde o início de agosto, cem casas foram destruídas deliberadamente como parte de uma política que os grupos de defesa dos direitos humanos classifica de “ação punitiva coletiva”.

Fonte: Folha Online

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