04/12/2002 10h37 – Atualizado em 04/12/2002 10h37
O Parlamento do Japão aprovou hoje uma lei que permite ao Governo conceder uma ajuda econômica mensal e pensões aos japoneses seqüestrados pela Coréia do Norte que voltarem ao Japão. A nova lei considera os seqüestros de cidadãos japoneses por espiões do vizinho regime comunista de “crimes sem precedentes patrocinados pelo Estado”, e cobre, além disso, os familiares que acompanharem as vítimas.
Os primeiros beneficiários da lei, que já entrará em vigor em 1 de janeiro, serão os cinco japoneses seqüestrados há 24 anos e que se encontram no Japão desde outubro graças a um acordo entre os governos de Tóquio e de Pyongyang.
De acordo com a lei aprovada pelo Parlamento japonês, cada beneficiário poderá receber uma remuneração mensal de 170 mil ienes (cerca de US$ 1,3 mil dólares), equivalente a um salário-mínimo médio no Japão, enquanto os casais receberão por mês 240 mil ienes (US$ 1,9 mil) e um acréscimo de 30 mil ienes (US$ 240) por cada membro adicional da família.
A ajuda será concedida por um período máximo de cinco anos, conforme a lei que estipula os mesmos benefícios para aqueles que estiverem na fase de decidir se viverão permanentemente no Japão. O Governo japonês pagará também cotas de previdência social retroativas pelo tempo que estiveram ausentes do país, permitindo que tenham uma pensão.
Em setembro, a Coréia do Norte admitiu pela primeira vez que nas décadas de 70 e 80 o regime seqüestrou 13 japoneses para que ensinassem a seus espiões o idioma e os costumes japoneses com o objetivo de facilitar sua infiltração na Coréia do Sul.
Tóquio e Pyongyang estabeleceram, então, o retorno por duas semanas dos cinco seqüestrados: dois casais e uma mulher casada com um ex-soldado americano. No entanto, as fortes pressões sociais e a comoção criada no país pela cobertura da imprensa local dos seqüestrados que retornaram e seus reencontros familiares levaram Tóquio a apoiar sua permanência no Japão.
A carga política e sentimental do problema realçou a separação dessas famílias e a delicada situação que podem atravessar os filhos e cônjuges que permaneceram na Coréia do Norte enquanto seus parentes estavam no Japão.
Um dos seqüestrados, Yasushi Chimura, mostrou-se preocupado por seus filhos, e disse que eles desconheciam que seus pais são japoneses. Acrescentou que deve ser difícil para eles irem ao Japão após sua “educação comunista e sem falar japonês”.
Fonte: Agência EFE





