04/12/2002 17h04 – Atualizado em 04/12/2002 17h04
A agência nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) fez um apelo hoje pelo uso mais amplo da radiação na esterilização de tecidos humanos para enxertos, a fim de aumentar os suprimentos globais para emergências causadas por grandes desastres e ataques como o de 11 de setembro de 2001.
Com o objetivo de ajudar na construção de bancos de tecidos, a Agência de Energia Atômica Internacional da ONU (IAEA) está organizando uma conferência sobre bancos de tecidos para o próximo ano. A agência pretende disseminar seu método de irradiação de tecidos para esterilização.
“O 11 de setembro foi um verdadeiro alerta para nós”, disse Sam Doppelt, presidente da Associação Americana de Bancos de Tecidos.
Antes dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, Doppelt afirmou que os Estados Unidos deixavam que os Estados e as regiões tivessem suas próprias reservas de pele, ossos, músculos e outros tipos de tecidos necessários em emergências médicas.
“A maioria das pessoas morreu quando as torres gêmeas ruíram, mas, se não tivesseM morrido, haveria milhares de queimados necessitando de enxertos de pele”, segundo ele.
Doppelt, que preside o conselho técnico do programa de tecidos da IAEA, quer que os EUA utilizem o método da agência.
A esterilização de pele, ossos, músculos, olhos e outros tecidos necessários para salvar a vida de vítimas de queimaduras e pacientes com outras lesões graves previne a transferência de HIV, hepatite e outros vírus e bactérias letais.
Método padronizado
De acordo com Doppelt, a IAEA também está desenvolvendo um método de esterilização por radiação padronizado, que poderia ser usado por todos os bancos de tecidos.
Atualmente, os EUA e os países mais desenvolvidos baseiam-se em uma cara combinação de triagem dos históricos médicos dos doadores de tecidos e esterilização por diversas técnicas.
O método era considerado razoavelmente seguro. No entanto, médicos começaram a ficar preocupados com mortes de pacientes supostamente causadas por infecções adquiridas através de enxertos.
Com o método de irradiação de tecidos da IAEA, médicos verificaram que podem matar todos os germes presentes nos tecidos.
“Não houve nenhum caso de transferência de doença com tecido irradiado”, disse Glyn Phillips, que trabalha no projeto de tecidos da agência.
Segundo os médicos, tecidos que não poderiam ser usados tornam-se aproveitáveis após a irradiação, o que significa que o método pode ajudar a aumentar os suprimentos mundiais antes do próximo desastre natural ou de um ataque comparável a 11 de setembro.
Fonte: Reuters





