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sábado, 20 de dezembro de 2025

Dólar inverte tendência e sobe 0,74%, cotado a R$ 3,652

03/12/2002 09h22 – Atualizado em 03/12/2002 09h22

SÃO PAULO – O dólar comercial inverteu a tendência e opera em alta moderada nesta primeira hora de negociação, em reflexo da notícia de que o banco de investimentos JP Morgan reduziu a recomendação dos títulos da dívida externa brasileira. A moeda americana abriu em baixa, mas às 10h09m já registrava valorização de 0,74%, cotado a R$ 3,649 na compra e R$ 3,652 na venda.

Segundo profissionais do mercado, também há rumores pessimistas sobre uma captação que a Petrobras pretende fazer. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para liquidação em janeiro está em R$ 3,605, com alta de 0,56%.

Os mercados de câmbio e juros devem continuar concentrando as atenções em dois fatores distintos, mas relacionados. Um deles é a proximidade da definição de nomes da equipe econômica do próximo governo. O outro é a expectativa em torno dos índices de inflação, uma vez que o mercado já dá como praticamente certo que a taxa Selic sofrerá nova alta neste mês, por conta das remarcações de preços.

O senador petista Eduardo Suplicy afirmou ontem que o nome para a presidência do Banco Central (BC) deve sair até quinta-feira, quando o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, já tiver retornado de sua viagem à Argentina e ao Chile. Com isso, o mercado intensificou as especulações em torno de nomes de bom trânsito no mercado internacional. Ontem foi a vez do ex-diretor do BC Pedro Bodin, hoje do Banco Icatu. Se for confirmado um nome próximo do consenso no mercado, a tendência é de novas quedas do dólar e valorização das ações, como já aconteceu ontem.

Mas será esse presidente do BC, juntamente com os demais membros da equipe econômica do novo governo, o responsável pelo combate à ameaça da inflação no próximo ano. O relatório Focus, divulgado ontem pelo BC, indicou que o mercado espera uma inflação de 11% neste ano, dois pontos acima do teto da meta definida junto ao FMI. Com isso, fica cada vez mais distante o cumprimento da meta de 6,5% para 2003.

O IGP-M de novembro indicou inflação de 5,19% e surpreendeu os investidores. Com isso, já é quase certeza que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará a taxa Selic em sua reunião de dezembro, marcada para os dias 17 e 18. O objetivo do aumento é conter o consumo e a expectativa de inflação para o próximo ano.

A taxa Selic sofreu ajuste de três pontos em outubro e de um ponto em novembro, e está hoje em 22% ao ano. Nos negócios na BM&F, o juro futuro de janeiro, que projeta a Selic de dezembro, fechou ontem em 23,22% ao ano.

Hoje o mercado acompanha o resultado do Índice de Custo de Vida do Dieese. Amanhã é a vez do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, no fechamento de novembro. O IPCA (consumidor amplo) e o INPC (preços ao consumidor), ambos do IBGE, saem na sexta-feira.

A terça-feira começa com nova valorização dos títulos da dívida externa brasileira, que sempre embalam o humor dos investidores por aqui. O C-Bond, principal deles, opera acima dos 64% do seu valor de face, seu maior patamar desde julho. Com isso, o risco-país continua operando na faixa dos 1.500 pontos-base, também num patamar semelhante ao de julho.

Fonte: Globonews

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