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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Fungo causa prejuízos nas lavouras de soja do Paraná

30/11/2002 10h02 – Atualizado em 30/11/2002 10h02

O fungo Slerotium Rolfsii, aliado a problemas climáticos, está causando prejuízos nas plantações de soja em todo Paraná. Algumas lavouras já tiveram de ser replantadas e em outros casos a produção final deverá ficar comprometida. A doença ataca principalmente plantas recém-germinadas e está presente na natureza.

O fungo ataca principalmente a raiz da planta e causa sua morte em poucos dias. De acordo com técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ainda é cedo para calcular se ocorrerão prejuízos significativos na safra de verão deste ano, mas já se sabe que lavouras de todas regiões do Estado foram prejudicadas.

Segundo o chefe de Pesquisas e Desenvolvimento da Embrapa Soja, José Renato Bolças Farias, o fungo está presente na natureza e é responsável pela decomposição da palha do milho, trigo e até do soja. Contudo, este ano houve um grande período de seca entre os meses de julho e setembro, o que deixou a bactéria adormecida.

Outro problema foi o excesso de chuva nas últimas semanas, acompanhas de altas temperaturas. Isso proporcionou um ambiente favorável a proliferação do fungo. “Quando começou a chover, todos os produtores se apressaram em plantar e o fungo atacou a soja em vez da palha”, explica.

Farias conta que na semana passada um grande número de produtores – de todo Estado – procurou a Embrapa para saber porque as plantas estavam morrendo. Técnicos do órgão constaram que o fungo era o principal responsável, mas também ocorreram outros problemas como compactação de solos e plantios de maneira incorreta.

PREJUÍZOS

O produtor do município de Floresta, Humberto Pelizer, já está fazendo o segundo replan-tio de sua lavoura, porque os dois primeiros foram mortos pelo fungo. Ele tem uma área pequena de seis alqueires e meio, mas já teve um prejuízo de mais de R$ 3 mil.

O produtor lembra que a maioria das plantas morreu cerca de 15 dias depois de terem germinado e mesmo depois de replantar grande parte da área, ocorreu o mesmo problema. “Espero que desta vez as plantas continuem vivas, caso contrário, não sei como vou pagar o prejuízo”, completa.

Para o técnico agrícola do município, Gilmar Cangussu Meira, todas as plantações da região foram atingidas, algumas com maior intensidade. Em Floresta, pelo menos seis produtores foram obrigados a replantar toda área.

Ele orienta os produtores que tiveram este problema, a esperarem cerca de 20 dias para fazer o replantio. Isso ajuda no controle do fundo, mas se o tempo continuar com muita chuva e calor, fica difícil eliminar por completo o invasor. “Os problemas são mais comuns perto de carreadores onde a terra está mais compacta e exige mais força da planta na época da germinação. Assim ela fica mais frágil e suscetível ao fungo”, lembra.

Segundo Meira, na média as lavouras do município tiveram uma perca de 20 a 25% por hectare. No entanto, ele não sabe quanto de quebra poderá ocorrer no final, porque a soja que restou pode ter mais grãos pela falta de concorrência na terra. “Ainda é difícil calcular se haverá um prejuízo substancial ou não”, conclui. Giancarlo Franquini

Fonte: O Diário do Norte do Paraná.

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