29/11/2002 09h12 – Atualizado em 29/11/2002 09h12
Três pessoas são suspeitas de espancar o menino Yuri Pereira de Souza, de um ano e seis meses, até a morte, em Fortaleza.
Segundo o laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal), a criança foi morta por lesão corporal na região do abdômen causada por chutes, socos ou algum outro objeto usado para pancadas, chamado pela perícia de “objeto contundente”.
A polícia trabalha com três hipóteses para explicar o crime e coloca sob suspeita a madrasta da criança, Maria Geny Guanabara Raggas, a empregada doméstica que cuidava do menino, Renata Maria Barbosa, e um de seus dois filhos, que também estava na casa na hora do crime, um menino de 10 anos.
De acordo com a perícia, a criança não pode ser descartada das suspeitas porque ela teria força suficiente para causar as lesões e matar Yuri.
O menino morreu na tarde de terça-feira. Em depoimento à polícia, a madrasta contou que a última vez que viu Yuri vivo foi às 13h, quando o deixou dormindo antes de voltar ao trabalho. Ela nega qualquer tipo de agressão à criança.
A empregada disse, também em depoimento, que notou que Yuri estava passando mal às 15h, quando foi levar o lanche da tarde à criança, mas que não avisou aos pais nem pediu ajuda a outras pessoas.
“No mínimo, a Renata vai ser enquadrada por omissão de socorro”, afirmou o delegado Sylvio Rego de Rangel Moreira, do 25º Distrito Policial, em Fortaleza.
No depoimento, Renata disse, ainda, que a criança permaneceu deitada durante o resto da tarde. Ela também nega que tenha agredido Yuri ou cometido qualquer tipo de maus-tratos. Apenas às 19h30, quando o pai do menino, Ivan Alves de Souza, chegou em casa com a madrasta, constatou-se que Yuri estava morto.
Estavam na casa ainda o irmão mais velho de Yuri, Yan, 3, e os dois filhos de Renata, um menino de 2 anos e o outro de 10, que ela costumava levar ao trabalho.
Yuri e Yan moravam com o pai há nove meses, quando Ivan decidiu se separar da mãe das crianças, Meylliane Pereira de Souza. A separação não é amigável e ainda está na Justiça. Desde então, ele vive com Maria Geny.
O laudo oficial do IML, que deve relatar a hora da morte da criança, será divulgado amanhã. Também está marcado para hoje o início dos depoimentos de familiares e vizinhos. A Agência Folha não conseguiu localizar os advogados dos acusados.
Fonte: Agência Folha



