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sábado, 10 de maio de 2025

Importações de lácteos cresceram 37,2% no ano

08/11/2002 17h45 – Atualizado em 08/11/2002 17h45

No acumulado de janeiro a outubro, as compras externas do produto cresceram 81,8% em volume, para 90,8 mil toneladas, e 38,2% em valor, totalizando US$ 142,3 milhões. Argentina e Uruguai seguem como os principais exportadores de leite em pó para o Brasil.

No total, as importações globais de produtos lácteos chegaram a 179,9 mil toneladas (+37,2%), somando US$ 205,2 milhões (+25,4%) entre janeiro e outubro deste ano. As compras do soro de leite recuaram pelo terceiro mês consecutivo neste ano. Sob os efeitos do aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul de 15,5% para 27% em agosto, as importações caíram 14,3% em relação a 2001, para US$ 21,8 milhões e 32 mil toneladas (-0,5%).

O presidente da Comissão de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, credita o aumento das importações à contínua falta de matéria-prima no mercado interno em razão do desordenamento provocado pela crise enfrentada pelo setor no ano passado. A forte queda nos preços pagos ao produtor em 2001 desestimulou os investimentos em pastagem, ração nutricional, silagem e genética.

“Neste ano, mesmo com o aumento dos preços pagos ao produtor, as coisas ainda não se estabilizaram, porque houve uma forte elevação dos custos de produção atrelados ao dólar”, afirma. Segundo ele, insumos fundamentais, como o milho, soja e produtos veterinários, subiram entre 36% e 83% em razão da forte desvalorização do real.

Como forma de resolver o problema da “sanfona” de oferta no País, Alvim aponta a exportação como o melhor caminho. “O País tem plenas condições de sair da situação de importador para a posição de um dos maiores exportadores do mundo”, diz.

Para mensurar esse potencial, Alvim indica o expressivo crescimento de 107,5% nas vendas externas deste ano, que totalizaram 30,55 mil toneladas no acumulado de janeiro a outubro. O desempenho supera, de longe, o total de 25 mil toneladas vendidas ao exterior em todo o ano passado. Em valor, as exportações alcançaram até agora US$ 32,2 milhões, resultado 71,6% superior ao registrado em 2001.

Alvim estima que as vendas externas do País devem fechar o ano muito próximas dos US$ 40 milhões. Os principais clientes dos produtos brasileiros estão na América do Sul (38% do total), África (36%) e Ásia (11%), principalmente Filipinas, Angola, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Argélia, Omã e Rússia. A esses parceiros comerciais o Brasil tem vendido, sobretudo, leite longa vida UHT e leite condensado.

O aproveitamento do potencial exportador de lácteos depende, entretanto, da aprovação, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), da proposta de inclusão do leite na política de preços mínimos (PGPM) do Governo federal. Com esse instrumento, lembra Rodrigo Alvim, indústrias e cooperativas poderão financiar a estocagem dos produtos lácteos via Empréstimos do Governo Federal (EGF) e esperar o melhor momento para ofertar seus produtos no mercado externo sem pressionar as cotações domésticas.

Em setembro, a Comissão de Leite da CNA apresentou, ao ministro Pratini de Moraes (Agricultura), sua sugestão de preços mínimos e aguarda a aprovação do instrumento pelo CMN.

Fonte: Ass. de Imprensa CNA

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