01/11/2002 13h47 – Atualizado em 01/11/2002 13h47
O crescimento nas vendas externas ainda é muito pequeno para supor que o ganho de competitividade causado pela desvalorização cambial, a partir de janeiro, está permitindo uma recuperação nas exportações argentinas. As exportações acumulam queda de 7% em relação aos nove primeiros meses do ano passado. O crescimento do superávit argentino se deve à forte queda nas importações, que foi de 50% em setembro em relação ao mesmo mês de 2001. No ano, a queda acumulada é de 61%.
“Precisaríamos ter aumentos de exportações por pelo menos três meses seguidos para poder dizer que é uma tendência”, disse Maximiliano Scarlan, do Centro de Estudos Bonaerense. Um fator que está distorcendo as estatísticas de exportação em relação a anos anteriores é que produtores de grãos, sobretudo soja, estão retendo a produção em silos o máximo que podem.
“A retenção dos grãos baixou as cifras de exportação há alguns meses e sua venda fora do período tradicional, em setembro e outubro, está provocando um aumento atípico”, afirmou o ex-secretário de Comércio Exterior Raul Ochoa. A soja, com preços internacionais em alta, funciona hoje como moeda forte no campo. Além de armazenada, pode ser usada como moeda na compra de automóveis, máquinas e insumos agrícolas, o que atrasa a venda do produto ao exterior. Segundo o Indec, órgão de estatísticas do Ministério da Economia, as exportações estão sendo alavancadas especialmente pelo setor agropecuário, com vendas de soja e derivados e de carne.
Fonte: Valor Econômico