01/10/2002 13h33 – Atualizado em 01/10/2002 13h33
O Kuait afirmou hoje que os incêndios nos poços de petróleo, provocados pelas tropas iraquianas durante a Guerra do Golfo, em 1991, e as medidas para apagá-los causaram ao ambiente danos maiores do que se pensava.
Khaled Ahmed al-Mudhaf, diretor da Autoridade para Avaliação de Compensação por Danos Resultantes da Agressão Iraquiana, divulgou os primeiros resultados dos estudos financiados pela ONU sobre danos ambientais.
No relatório para a Comissão de Compensação da ONU (UNCC), ele mencionou que o solo e as fontes de água do Kuait foram seriamente prejudicados.
Al-Mudhaf não forneceu números, mas autoridades da ONU disseram que as novas descobertas podem aumentar o pedido de indenização de US$ 17 bilhões já feito pelo Kuait.
Segundo Al-Mudhaf, os hidrocarbonatos provenientes dos poços de petróleo queimados e o sal da água do mar usada para apagar os incêndios estavam “constante e irreversivelmente se infiltrando nos aquíferos e deixando a água completamente imprópria para o consumo humano”.
Uma crosta de areia e óleo cobriu 350 km2, e não 210 km2, como previamente mencionado no pedido anterior, de acordo com Al-Mudhaf.
O Kuait já recebeu US$ 16,5 bilhões de indenização. Kuait, Irã, Jordânia, Arábia Saudita e Síria pedem, em conjunto, quase US$ 50 bilhões pelos danos ambientais causados pelo Iraque.
Na quinta-feira (24), o Comitê Administrativo da UNCC deverá aprovar o pagamento de quase US$ 700 milhões para o governo kuatiano por danos causados pelas tropas iraquianas, que deixaram minas e material bélico no país, segundo diplomatas e fontes da ONU.
O Iraque afirma que o pedido de indenização é “exagerado”. “Eles pedem US$ 700 milhões para retirar minas de uma área muito pequena se comparada ao Afeganistão, onde US$ 130 milhões estão sendo gastos”, disse o embaixador iraquiano para a ONU em Genebra, Samir al-Nima.
Fonte: Folha Online