01/10/2002 14h04 – Atualizado em 01/10/2002 14h04
Na semana da eleição, aliados defendem a retirada da candidatura.
O candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, vai enfrentar a última semana de campanha praticamente sozinho. Até mesmo a coordenação da coligação se afastou dele. Os maiores exemplos da debandada são o ex-governador do Rio Leonel Brizola e o ex-guru de Ciro, o Mangabeira Unger. Os dois sugeriram a renúncia do candidato para ajudar Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, a ganhar no primeiro turno.
Em meio aos boatos de renúncia, Ciro e Anthony Garotinho, do PSB, se encontraram ontem de manhã no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Ciro estava na sala do hangar da TAM e Garotinho no hangar da Líder. O candidato do PSB foi cumprimentar Ciro e não falou em renúncia. Segundo a assessoria da Frente, Garotinho comemorou com Ciro a possibilidade de um segundo turno de esquerda, referindo-se a uma disputa de um dos dois com Lula.
O líder do PPS na Câmara, João Herrmann (SP), passou o dia ontem convocando políticos da Frente para assistirem juntamente com militantes o último debate entre os candidatos, quinta-feira, na TV Globo. É uma tentativa de levantar os ânimos. Mas Herrmann admite o esvaziamento da campanha.
- Essa história de renúncia baixou a bola de todo mundo. Está cada um pensando no próprio umbigo. O pior é que não dá para reverter isso. As pessoas vão cada vez mais pensar em sua sobrevivência.
O ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) diz que Ciro é o único que pode falar em renúncia. ACM garante que estará com ele até o fim, mas admite a debandada.
- Infelizmente a humanidade é uma só e não muda. É só ver o empresariado de São Paulo que, depois que Lula subiu muito, aderiu ao PT. Todos seguem a onda do poder.
O presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), conversou com Ciro pelo telefone ontem. Garantiu que o partido “estará do lado dele na hora em que for preciso”.
Fonte: JB Online