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quinta-feira, 8 de maio de 2025

Pesquisa liga remédio usado em gravidez a câncer de mama

30/09/2002 13h17 – Atualizado em 30/09/2002 13h17

Milhares de mulheres cujas mães tomaram um medicamento muito recomendado durante a gravidez podem ser mais propensas a desenvolver o câncer de mama.

A droga deitilstilboestrol (DES) foi amplamente receitada para gestantes entre as décadas de 40 e 70 como uma forma de impedir o aborto.

O medicamento, uma forma sintética do hormônio feminino estrogeno, foi retirado do mercado britânico e norte-americano em 1975 quando ficaram claros os riscos para as mães e as crianças.

Não há registros de quantas mulheres tomaram o medicamento.

Banida pela ONU

Segundo o site medico.com.br, a droga foi banida pela ONU (Organização das Nações Unidas) mas é comercializada no Brasil pelo laboratório Abbot, sob o nome Honvan.

O uso de DES já tinha sido ligado a tipos raros de câncer, como o câncer vaginal em mulheres mais jovens, mas as novas evidências que ligam a droga com o aparecimento do câncer de mama significa um novo temor.

Na Austrália, Grécia e na Alemanha, a utilização da droga DES só é autorizada para o tratamento de câncer de próstata. Na Itália seu uso é proibido pois os médicos concluíram que a relação risco-benefício não compensava.

Uma pesquisa publicada num jornal americano sugere que as filhas das mulheres que tomaram a droga, e que têm agora mais de 40 anos, são as que mais apresentam o risco de desenvolver câncer.

Campanha nacional

Especialistas do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, observaram cinco mil mulheres que foram expostas à droga quando estavam no útero de suas mães e compararam com o mesmo número de mulheres cujas mães não usaram o remédio.

No total, as filhas de mulheres que tomaram o DES tinham 40% mais chances de desenvolver câncer de mama.

O estudo vai ser publicado no jornal médico Cancer Causes and Control.

O grupo DES Action da Grã-Bretanha vem fazendo uma campanha a favor da criação de um registro nacional com o nome de todas as filhas de mulheres que tomaram o medicamento. Assim, elas poderão receber assistências adicionais para fazer exames preventivos contra o câncer.

Acredita-se que, só na Grã-Bretanha, este número chegue a cem mil mulheres.

O DES já esteve ligado anteriormente a problemas reprodutivos, tanto de homens e mulheres, que tomaram a droga.

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