26/09/2002 11h39 – Atualizado em 26/09/2002 11h39
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro interrompeu na manhã desta quinta-feira sua operação de busca e resgate de pelo menos duas pessoas desaparecidas em um prédio que havia desabado na véspera, no centro da cidade, devido ao risco de colapso de uma construção contígua.
O segundo prédio, apoiado nos escombros da construção que desabou, apresenta uma oscilação preocupante, de acordo com técnicos da Defesa Civil, que recomendaram seu escoramento.
As operações de buscas poderiam ser reiniciadas nesta tarde, mas porta-vozes dos bombeiros manifestaram pouca esperança de encontrar sobreviventes nas ruínas.
A tragédia, na Rua Primeiro de Março, próximo à Assembléia Legislativa, ocorreu na tarde de quarta-feira, horas após uma chuva intensa que durou dois dias na cidade.
No prédio funcionavam um pequeno hotel, um restaurante e um chaveiro.
O restaurante, no térreo, estava passando por uma reforma.
Os bombeiros suspeitam que essas obras possam ter contribuído para o desabamento, uma vez que o prédio ficava em uma área histórica da cidade, onde as construções são sensíveis a trepidações mais fortes.
O Conselho Regional de Arquitetura do Rio de Janeiro informou que a obra no restaurante era ilegal.
O hotel e o chaveiro encontravam-se em pleno funcionamento.
Cerca de 200 bombeiros, policiais e funcionários da Defesa Civil trabalharam com cuidado no local, usando apenas uma escavadeira, para tentar localizar possíveis vítimas com vida. Cães farejadores ajudaram na tarefa.
Segundo relato de policiais militares, o prédio se inclinou pouco antes do desabamento. Pessoas que passavam nas imediações foram avisadas e correram. Algumas acabaram atingidas por destroços e sofreram ferimentos.
Alguns empregados do hotel situado no prédio que desmoronou perceberam estalos e saíram às pressas para a rua.
O Hospital Souza Aguiar, também no centro, recebeu duas vítimas: um homem com lesões leves e uma jovem em estado de choque.
As autoridades ainda não sabem quantas pessoas se encontravam no interior do prédio. Um cozinheiro que trabalhava no prédio vizinho contou ter visto uma mulher tentando escapar ao ouvir um estrondo, mas, aparentemente, não teve tempo de sair antes do desabamento.
As duas pessoas dadas como desaparecidas são um casal que alugou um quarto do hotel no começo da tarde e, segundo o porteiro, não deixaram o local antes da tragédia.
A Defesa Civil do município informou que, além do prédio que está sendo escorado nesta quinta-feira, outros 10 edifícios na região também foram interditados.
Várias ruas ao redor foram fechadas. O trânsito no centro do Rio rapidamente complicou-se; a Primeiro de Março, que abriga a Esplanada dos Ministérios da antiga capital federal, é uma das principais vias de acesso à região central da cidade.
Fonte: CNN
