22/09/2002 17h18 – Atualizado em 22/09/2002 17h18
O câncer é uma doença que assusta pela gravidade e pelo estigma que a acompanha e a define na maior parte dos casos, como letal. Era o “terror” de nossos antepassados, que não gostavam sequer de citar o nome da doença quando alguém próximo era acometido pela mesma, com receio de atrair o mal para a própria família. Quando uma criança perecia da doença, o drama ficava ainda pior e, verdade seja dita, ainda nos apavora.
Com o avanço da medicina, a cura do câncer se tornou um fato real e possível quando precocemente diagnosticado e tratado. Hoje, com os modernos métodos adotados pelos especialistas, a doença já não é mais vista como “um bicho papão” e já não condena seu portador, como sofredor de um mal insolúvel.
Neste contexto, a prevenção com o auto-exame; quando se constata o aparecimento de nódulos e a visita constante ao médico, em caso de dúvidas ou sintomas perturbadores, são fundamentais para o combate a doença.
Veja aqui, quais os tipos de câncer mais freqüentes na infância e os possíveis tratamentos.
No Brasil, o câncer é a 5º causa de mortes na infância
O câncer infantil é a 2º causa de mortes de crianças com menos de 15 anos nos Estados Unidos. O índice só é superado pelos acidentes, sendo a 5º causa de morte no Brasil. Os modernos métodos de tratamento que incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia e tratamento de suporte podem garantir a melhora nas taxas de sobrevida. A presença de equipes multidisciplinares pode oferecer possibilidade de cura definitiva para a maioria dos diferentes tipos de câncer pediátrico, alerta o especialista em câncer, Dr. Juvenal Secco Júnior.
Segundo ele, o prognóstico de um paciente com câncer depende do diagnóstico precoce e do planejamento terapêutico correto. “Os sintomas do câncer da criança não são específicos, podem parecer com os sintomas de outras doenças (palidez, febre, fraqueza, dores nos membros e outros). Cabe ao pediatra, suspeitar de câncer ao associar 2 ou mais sintomas.”
Segundo o especialista, a biologia molecular tem levado à conhecimentos das “biologias” dos tumores permitindo saber quais as neoplasias vão recidivar ou metastatizar independente até da resposta inicial. Dentre os cânceres infantis, os mais comuns são: leucemia aguda (30%), tumores do sistema nervoso central (19%); linfomas (13%); câncer do sistema nervoso simpático (8%), tumores dos rins (6%), dos tecidos moles (7%), ósseos (5%) e ocular (3%).
Serviços:
Dr. Juvenal Secco Júnior
Especialista em câncer (TeCa)-Cancerologista e Mastologista (TeMa)
R. Quinze de Novembro, 12-34 Bauru – SP
Fones: (14) 223-9722 Fax: (14)-223-7553
Email: [email protected]
Tumores ósseos na infância: 90% são benignos
Os tumores ósseos na infância se manifestam através de sinais e sintomas como alterações no volume e na temperatura de determinados órgãos como; joelho, perna, mãos, ombro, quadril e outras localizações ósseas. Ao contrário do que muitos pais pensam, os tumores não têm nenhuma relação com os traumas sofridos pela criança quando cai ou leva uma pancada, avisa o ortopedista e traumatologista, Dr. Roger Tédde Mansano. Aproximadamente 90% deles são benignos. “Nesses casos a observação e remédio para dor são os melhores tratamentos. Em alguns casos é indicado o tratamento cirúrgico, mas em nenhum deles há risco de vida”, frisa Mansano.
De acordo com ele, o diagnóstico dos tumores ósseos quando malignos são feitos através de Raio X e biópsia óssea. “Na dúvida, podemos complementar com outros exames como: tomografia e a ressonância magnética, para um diagnóstico definitivo. Após o diagnóstico, se o tumor for maligno, o paciente terá que se submeter a tratamentos coadjuvantes que são: quimioterapia, pré e pós-operatório.
As cirurgias realizadas podem ser, dependendo do caso, ressecção do tumor e colocação de enxertos ósseos, ressecção e colocação de próteses ou cimento ósseo.
O diagnóstico recente dos tumores malignos permite que o mesmo seja extirpado antes de atingir outros órgãos, o que proporciona um índice de sobrevida de até 70 a 80%. “Porém, quando o tumor já se alastrou para outros órgãos a chance de sobrevida é pequena.” O trabalho de uma equipe multidisciplinar é essencial para o tratamento dos tumores ósseos na criança e para a qualidade de vida dela, avisa o especialista.
Serviço:
Arthon Clínica Ortopédica
Dr. Roger Tédde Mansano
Rua Rio Branco, 13-83-(Beneficência Portuguesa)
Telefones: (14) 223-3773- 227-8056/Bauru
E-mail: [email protected]
Prevenção do câncer de pele infantil
As tumorações (neoplasias) da pele podem ser malignas ou benignas. Felizmente em crianças as neoformações benignas são bem mais freqüentes que as malignas. Entre as benignas podemos citar os hemangiomas e os nevos melanociticos. Os hemangiomas são lesões da cor do sangue, são as manchas de cor vermelha que vemos comumente nas pessoas. Estes tumores quando elevados desaparecem na maioria das vezes antes dos 10 anos de idade. Os nevos melanociticos são as pintas pretas que quase todos temos e muitas delas são presentes deste o nascimento. Os nevos muito grandes, mais de 10 centímetros, são chamados gigantes e devem ser retirados cirurgicamente, pois 10% deles podem se transformar em lesões malignas. As tumorações malignas são raras, uma delas se deve a um defeito na regeneração celular que se chama Xeroderma pigmentoso. As crianças portadoras deste defeito são extremamente sensíveis à radiação e quando expostas ao sol desenvolvem vários tipos de cânceres na pele. Vale a pena lembrar que, para estas crianças e para todas as pessoas que são sensíveis à luz, os protetores não foram feitos para exposição solar, mas para que levem uma vida normal com uso cotidiano e jamais tentem ficar bronzeados. Temos visto com freqüência que muitas mães julgam que pelo fato de usarem protetores solares em seus filhos, podem deixa-los à vontade nas piscinas e praias. Hoje, por este motivo, as neoplasias de pele são muito mais freqüentes do que antes, quando os cuidados com o sol eram maiores. O invento dos protetores trouxe uma falsa segurança de que seu uso as protegeria totalmente. A mastocitose é um tipo de tumoração, onde aparecem manchas escuras que coçam e se tornam elevadas ou salientes quando pressionadas, aparecem em crianças e algumas formas podem atingir órgãos internos e vitais.
Serviços:
Dr. Cláudio Joaquim Sampaio Tonello – Dermatologista
Clínica Dermatológica
Rua Guilherme de Almeida, 6-49 Bauru SP – CEP l7044.430
Fones: (14) 223-5975 e 223-1144
Exame precoce é fundamental para Câncer Ocular
Uma criança, a cada 20.000 nascidas vivas, é acometida pelo retinoblastoma, tumor oftalmológico mais freqüente. Felizmente, esse tumor infantil é de ocorrência rara, mas muito perigoso se não descoberto a tempo. Os principais sintomas são: olhos com reflexo branco através da pupila, presente em 60% dos casos; estrabismo, presente em 20% dos casos e outros sinais e sintomas menos freqüentes tais como glaucoma (olhos grandes, vermelhos, com lacrimejamento e intolerância à luz); inflamação intra-ocular (olhos vermelhos e dolorosos) ou na órbita (edema importante das pálpebras) e olhos saltados (proptose); alerta a oftalmologista, Dra. Érica Canarim
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Segundo ela, se o diagnóstico for precoce, o risco de mortalidade é de 8%, enquanto que em casos mais avançados, o risco é de 60%. “Pode se manifestar entre 8 e 15 meses após o nascimento quando herdado geneticamente. Quando originado por mutação genética, pode surgir entre os 20 e 30 meses de idade.”
A investigação é feita através do mapeamento de retina, dilatando-se a pupila. “O tratamento de tumores pequenos pode ser realizado com laser e em tumores maiores, é necessária a aplicação de outras técnicas, tais como crioterapia, radioterapia, quimioterapia e até mesmo retirada do globo ocular, para preservar a vida da criança.”
Outras manifestações de tumores oculares são a perda de visão, redução de campo visual e sangramentos intra-oculares. Segundo a Dra Ërika, é importante que crianças com esses sintomas sejam examinadas pelo oftalmologista o quanto antes; não se esquecendo que o exame pré-escolar entre 4 e 6 anos é fundamental para a prevenção de qualquer distúrbio visual.
Serviços:
Dra. Érika Canarim
Oftalmologista do Instituto de Olhos de Bauru
Rua Pedro Sallas, 1-58 – Bauru SP – CEP 17043.220
Telefone: (14) 223-9395
Email: [email protected]
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