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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Ricardo Gomes pode se afastar do futebol

29/08/2011 16h14 – Atualizado em 29/08/2011 16h14

Correio do Estado

Ricardo Gomes, técnico do Vasco, pode ser aconselhado a deixar os campos de futebol, caso se recupere do AVC (sigla para Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico que sofreu durante o clássico entre Flamengo e Vasco, neste domingo (28).

A opinião é a de especialistas em neurologia, com a ressalva de que ainda é muito cedo para se ter um prognóstico claro da situação do treinador.

Gomes foi operado na noite deste domingo após ter o sangramento cerebral constatado, e no momento está internado no Hospital Pasteur, no Rio de Janeiro, entubado e sedado. Seu estado é considerado gravíssimo.

O médico Alessandro Blassioli, ex-perito do IMESC (Instituto de Medicina Social e de Criminologia) e neurologista do Hospital Sabin em São Paulo, afirma que um quadro de pressão alta, histórico de doença vascular e alto stress é muito perigoso.

  • É normal pedirmos o afastamento de situações de stress para pacientes que se recuperam de acidentes vasculares. Isso varia de pessoa para pessoa, mas se o indivíduo tem uma ocupação que tira seu sono, que lhe causa problemas de estômago e que aumenta sua pressão, então ele está somatizando tudo.

Segundo Brassioli, não é aconselhável alto nível de stress para pessoas com problemas vasculares. Esse é exatamente o histórico de Ricardo Gomes, que sofreu no início do ano passado uma vasculite, quando ainda treinava o São Paulo, e ficou duas semanas fora do comando do time.

A vasculite é uma inflamação em um vaso sanguíneo que causa seu estreitamento ou obstrução, limitando ou interrompendo o fluxo. Na época, o sangramento em um dos vasos cerebrais foi apontado como do “tamanho de um grão de arroz”, que causou formigamento na mão e forte dor de cabeça.

De acordo com Blassioli, a chance de o problema anterior de Gomes não ter relação com o AVC sofrido no domingo é quase nula.

  • É muito provável que estejam ligados, pois ele possui um histórico de acidente vascular, mesmo que seja primário, ou pequeno. É natural a reincidência desse tipo de problema.

José Alberto Landeiro, chefe do serviço de neurologia do Hospital Universitário Antônio Pedro em Niterói e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, compartilha da opinião do colega.

  • Isso não é uma coincidência. Essa é a evolução de uma doença, que chegou ao ponto de virar um rompimento hemorrágico. A pressão alta aliada com um problema anterior e stress emocional, é altamente perigoso. Em um período de 30 dias após a operação, existe um alto índice de óbito.

O treinador do Vasco tomava remédio para controlar a pressão sanguínea, mas o clube carioca não sabe informar qual medicação ou a frequência que Gomes se medicava. Como a hipertensão não tem cura, precisa ser controlada. No caso do técnico, alto índice de stress também deve ser evitado.

A direção vascaína já delcarou que não vai procurar um substituto para seu comandante. Para Landeiro, a recuperação de um quadro tão grave significa também diminuir os atritos emocionais do paciente. O que no caso de Gomes, pode significar o afastamento do futebol.

  • A hipertensão é uma doença séria, que afeta todo o organismo. Se você juntar a ela um intenso nervosismo diário, seria recomendado se distanciar desse cotidiano, especialmente após um quadro tão grave. Depende de como a pessoa lida com sua profissão.

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