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terça-feira, 30 de abril de 2024

Menina torturada em lavadora está ‘bem fragilizada’

30/10/2013 11h04 – Atualizado em 30/10/2013 11h04

Menina torturada em lavadora está ‘bem fragilizada’, diz conselheira

Conselho e polícia afirmam que criança e mãe sofreram agressões em MS. Segundo conselheira, jovem mantida em cárcere privado está assustada

Da Redação

A menina de 2 anos e a mãe de 19 que foram vítimas de agressão estão sendo acompanhadas pelo Conselho Tutelar após os crimes no Jardim Bálsamo, em Campo Grande. Um rapaz de 21 anos está preso sob suspeita de torturar e abusar sexualmente da criança, que teria sido colocada dentro de uma máquina de lavar roupas.

A conselheira tutelar Janaine Pereira de Oliveira disse que conversou, nessa terça-feira (29), com a menina e com a jovem, que teria sido mantida em cárcere privado pelo suspeito. “A menina está bem fragilizada, bem assustada. A mãe também”, afirmou.

Janaine relatou que será solicitado atendimento psicológico às duas vítimas e que a intenção é fazer com que elas “não sofram novamente”. Segundo a conselheira, a psicóloga que já conversou com a criança verificou que não houve abuso sexual, somente as agressões.

A outra conselheira tutelar que trabalha no caso, Vânia Nogueira, relatou que a mãe da criança contou detalhes das agressões e da tortura sofrida por ela e pela filha. Conforme ela, a menina foi colocada na lavadora ligada e com água, foi agredida com socos, teve o rosto colocado no chão do banheiro com chuveiro ligado, foi deixada na chuva e também obrigada a ingerir bebidas alcoólicas.

Na versão da jovem ao Conselho Tutelar, ela foi agredida com faca ao tentar defender a criança e também ameaçada. “Ele dava detalhes de como iria agir”, explicou Vânia. Para a Polícia Civil, a mãe também relatou ameaças por parte do rapaz.

O suspeito está preso desde domingo (27), quando a mulher conseguiu mandar mensagem por celular a um amigo relatando a situação. Vânia afirmou ainda que o rapaz foi atendido pelo órgão há aproximadamente seis anos. “Ele viu o padrasto matar a mãe”, contou. De acordo com ela, na época, o então adolescente foi encaminhado para abrigo, depois para casa da mãe do padrasto, após um tempo foi morar com uma irmã do pai e por fim, passou a residir sozinho.

INVESTIGAÇÃO

O delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), disse que a primeira denúncia que chegou à polícia foi a de violência contra a mulher, sendo o rapaz autuado em flagrante por sequestro, cárcere privado e tortura. Depois, foi verificado que o suspeito também havia agredido a criança.

Segundo Lauretto, a jovem contou que conhece o suspeito “há bastante tempo” e que eles tinham perdido o contato. Há cerca de um mês eles se reencontraram, iniciaram relacionamento e, na versão dela, na semana passada ele teria insistido para que ela fosse morar com ele. Ela aceitou, “mas para passar um tempo”.

Conforme Lauretto, a jovem se mudou com a filha para a casa do namorado na quarta-feira (23) e no dia seguinte ele passou a se incomodar com a criança e a ser violento. De acordo com as conselheiras, a jovem mora com os pais e a com a filha e contou que apenas tinha ido visitar o namorado e que ele não permitiu que ela fosse embora. “A criança começou a pedir pela avó e a chorar. Toda vez que ela chorava ele batia”, relatou Vânia.

Na noite de sexta-feira (25), a vítima convenceu o namorado a deixar a criança com a avó. “Mas ela não podia dizer nada sobre o que havia acontecido”, diz o delegado. A mulher percebeu as lesões, levou a neta para uma unidade de saúde pública. Constatada as lesões, a menina foi encaminhada para exame de corpo de delito para verificar se houve abuso sexual.

A jovem continuou com o namorado, segundo o delegado sob ameaças e sem poder sair de casa e se comunicar com ninguém. No domingo (27), o casal foi para outra residência, na área central da capital sul-mato-grossense e lá a vítima conseguiu mandar mensagem de celular para o amigo.

(*)Com informações de G1 MS

Marcas nas pernas da criança indicam as agressões (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

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