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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Há 30 anos, três-lagoense tem arara como companheira e dá exemplo de amor aos animais

18/06/2015 13h55 – Atualizado em 18/06/2015 13h55

A ave vive solta e tem registro expedido pela Polícia Militar Ambiental desde o ano de 1997

Lucas Gustavo

Basta a três-lagoense Cleuza Eunice Santana assoviar que a arara vem ao seu encontro rapidamente. Apaixonada por animais, a pensionista, de 64 anos, do bairro Vila Nova, é viúva e cria a ave domesticada há três décadas. Em entrevista à reportagem do Perfil News, nesta quinta-feira (18), a moradora contou que adquiriu o pássaro em 1985, ainda filhote.

‘’Ganhei de um amigo; foi a melhor surpresa da minha vida. Na época, eu já tinha duas tartarugas de estimação e esse colega disse que me ofereceu a ave ao perceber meu carinho com os animais; aceitei na hora. No início, eu a alimentava no bico com a mistura de água e fubá até ela se adaptar com comida sólida’’, recordou.

Passado alguns meses, de acordo com a pensionista, o pássaro já caminhava e foi se abrigar nos galhos de uma árvore de sete-copas na calçada da casa. O local virou morada dele até hoje. Em 1997, Cleuza compareceu à Polícia Militar Ambiental e cadastrou a ave. Após vistoria de um agente em sua casa, a moradora se tornou guardiã legal da arara.

Mãe de três filhos, todos homens e já casados, a pensionista considera o pássaro como a menina que ela tanto desejou ter. ‘’Essa arara é a filha que sempre esperei; é a minha garota, minha companheira. Moramos nós duas, e é com ela que divido meus sentimentos e emoções diariamente. Já recebi propostas, mas não a vendo de forma alguma. Ficaremos juntas até o fim da vida’’, revelou emocionada.

BEM CUIDADA E LIVRE

Conhecida em seu bairro como a ‘’mulher da arara’’, a pensionista têm cuidados intensos com o pássaro. Em contrapartida, a ave é dócil com todos e vive liberta. ‘’Ela nunca adoeceu, está o tempo todo livre e jamais incomodou os vizinhos. Em dias chuvosos, a coloco para dormir comigo e, quando viajo, sempre peço para alguém ficar em casa para a proteger’’, disse.

A proximidade e confiança da arara com Cleuza é tanta que o pássaro chega a comer em sua boca. De acordo com a moradora, os alimentos preferidos da ave são doces, pão, banana e sementes de melancia.

ADAPTAÇÕES NA MOBÍLIA DE CASA

Ainda durante entrevista ao Perfil News, a pensionista enfatizou que teve de trocar parte da mobília da casa para o material tubular. O motivo, segundo ela, é que o animal acabou destroçando alguns móveis de madeira com o bico.

‘’As cadeiras da minha sala de jantar, principalmente, ficaram todas ruídas e precisei trocar; hoje elas são de ferro. Tive gastos, mas nada se compara ao amor e a consideração que tenho por essa arara’’, afirmou Cleuza.

Pode parecer estranho para muitos, mas a ave costuma ajudar a moradora nas atividades culinárias sempre que é solicitada. ‘’Na cozinha, é a arara quem descasca o alho para mim quando vou preparar o tempero. É grande demais a agilidade que ela possui com o bico’’, acrescentou.

ARARA CELEBRIDADE

Na avaliação da pensionista, a ave é considerada famosa. Ela disse que já perdeu as contas da quantidade de pessoas que registraram fotografias ao lado do animal.

‘’Ela se tornou a atração do bairro e faz muito sucesso com meus parentes que moram fora e vêm passear em casa. Todos querem tirar foto com ela. Sem falar nos moradores que andam pela rua e ficam impressionados quando a vêem de perto’’, enfatizou.

KÁTIA, A GALINHA

Além da Arara, Cleuza também já manteve uma galinha domesticada anos atrás. Infelizmente a ave já morreu, mas a dedicação dela com o animal, que atendia pelo nome de Kátia, também era incomum.

‘’A Kátia significava uma amiga para mim. Eu dava banho e pintava as unhas dela. Nunca tive vergonha de carregá-la em meu carro como acompanhante fiel nas viagens e passeios que fazia’’, falou.

Quando a galinha morreu, Cleuza ficou muito abalada e chegou a promover o velório do animal. A ave está enterrada ao lado da árvore que, hoje, é habitada pela arara.

O elo entre a moradora e a ave é tanto que Cleuza a alimenta na própria boca tranquilamente. (Foto: Lucas Gustavo).

Cleuza com arara nos primeiros anos do animal. (Foto: Arquivo pessoal).

Há 30 anos, três-lagoense tem arara como companheira e dá exemplo de amor aos animais

(Foto: Lucas Gustavo)

(Foto: Lucas Gustavo)

(Foto: Lucas Gustavo).

(Foto: Lucas Gustavo)

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