A delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Paranaíba, Eva Maira Cogo da Silva, esclareceu nesta quarta-feira (31) as circunstâncias do feminicídio ocorrido na manhã de ontem (30) na cidade.
A delegada corrigiu algumas versões equivocadas divulgadas por sites da região e da capital.
A vítima, Alessandra Penha Cardoso, 42 anos, não foi atingida quando voltava da delegacia, onde havia solicitado medida protetiva. Ela registrou um Boletim de Ocorrência no dia 20 de agosto e no dia 21 já contava com uma medida protetiva.
O crime foi premeditado, uma vez que o autor, Eurico Costa Machado, 50 anos, ficou escondido na casa da vítima desde a noite anterior, conforme revelam imagens de câmeras de segurança.

Ele tinha intenção de fugir para Portugal, sendo encontrado com uma grande quantidade de dinheiro.
“Ele esperou o filho da vítima sair de moto e 30 segundos depois a vítima já aparece nas imagens saindo pelo portão, já com ferimento, extremamente grave no pescoço”, revelou a delegada.

A delegada lamentou o crime, que ocorreu após três anos e quatro meses de outro feminicídio na cidade.
“Infelizmente mais um caso, mostrando o crime de ódio contra as mulheres, o não respeito à autonomia dessas mulheres, de poder se separar, de poder seguir a vida em paz”, afirmou.
Mais detalhes sobre o caso
Segundo a titular, o autor ficou escondido dentro da residência da vítima, dentro do banheiro do salão comercial em frente. “O crime foi no quarto. O quarto fica no fundo da casa. Foi muito rápido a ação dele, premeditada para tirar a vida de uma pessoa”, pontuou.
A delegada elogiou a rápida ação da Polícia Militar, que conseguiu prender o autor do crime graças ao apoio da população.
“Foi encontrada grande quantidade em dinheiro, as malas estavam todas dentro do veículo, havia um celular a mais, sem nenhum contato, o que mostra a vontade de usar um novo aparelho celular. A intenção de fugir para Portugal foi manifestada por ele”, detalhou a policial.
Eva Maira informou que no dia 20 de agosto foi registrado um Boletim de Ocorrência no plantão da 1ª Delegacia de Polícia Civil.

“No dia 21 ela compareceu à delegacia e pediu medidas protetivas que foram deferidas no mesmo dia. No dia 24 de agosto, ele foi intimado dessa decisão. Então é um autor que estava intimado de uma decisão judicial e isso é causa de aumento de pena no feminicídio”, avisou.
A delegada reforçou a importância das medidas protetivas, informando que de aproximadamente 700 ocorrências durante o ano, cerca de 70% a 80%, resultam em medidas protetivas. “As medidas protetivas salvam vida, por todo procedimento”.
Ela também defendeu a importância de campanhas educativas direcionadas para os homens.