Os indígenas marubos, que vivem no Vale do Javari, no oeste do Amazonas, enfrentavam a falta de acesso à internet. Mas após a chegada da internet, o problema se agravou com o vício em pornografia e redes sociais.
Localizados ao longo do rio Ituí, os marubos têm dificuldades para acessar a internet devido à sua localização remota e à ausência de infraestrutura de fibra ótica.
Conforme divulgado pelo site ND+, em 2022, a Starlink, empresa de Elon Musk, trouxe internet via satélite para a Amazônia, conectando uma das últimas regiões offline do planeta.
Os marubos, com cerca de dois mil membros, preservaram seu estilo de vida por séculos, baseado na caça, pesca e agricultura, em uma área remota com pouco contato externo. Eles falam a língua marubo e realizam rituais religiosos com ayahuasca.
Desde a chegada da Starlink ao Brasil, em 2022, locais remotos da Amazônia ganharam acesso à internet. Para os marubos, o sinal chegou em abril deste ano.
A internet trouxe benefícios, como solicitação rápida de ajuda emergencial e contato instantâneo com amigos e familiares. No entanto, também trouxe vícios, como o acesso fácil a conteúdos pornográficos, compartilhamento de imagens e vídeos explícitos, e uso excessivo de redes sociais, principalmente Instagram.
Alfredo Marubo relatou ao New York Times que a exposição à pornografia causou comportamentos sexuais preocupantes entre os jovens. Enoque Marubo, uma liderança, mencionou que a rotina da aldeia foi prejudicada, pois os membros não queriam mais trabalhar. TamaSay Marubo observou que a internet afetou principalmente os jovens, tornando-os preguiçosos e adotando costumes externos.
Apesar dos problemas, muitos marubos, incluindo lideranças, afirmaram que agora não podem viver sem a internet, acreditando que trará mais benefícios do que danos. Enoque e TamaSay pediram que a internet não seja retirada.