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Três Lagoas
sexta-feira, 16 de maio de 2025

Crescimento acelerado do Vale da Celulose é discutido no Senado Federal

O Vale da Celulose teve o anuncio de mais uma fábrica: a Bracell anunciou recentemente a construção de sua indústria em Bataguassu e cidade deve encarar expansão gigantesca nos próximos anos

O chamado Vale da Celulose, região que reúne municípios do leste de Mato Grosso do Sul como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Inocência, Água Clara e Bataguassu, foi tema de debate no Senado Federal. O crescimento acelerado dessas cidades, impulsionado pela instalação de grandes indústrias de celulose, tem trazido novos desafios para a infraestrutura urbana e os serviços públicos locais.

Com o aumento repentino da população, provocado pela chegada de trabalhadores e empresas, os municípios enfrentam dificuldades para atender às demandas por saúde, educação e moradia. A falta de imóveis para locação e a sobrecarga nos serviços básicos têm sido alguns dos principais problemas relatados.

Durante pronunciamento no plenário, o senador de MS, Nelsinho Trad (PSD), destacou que a expansão econômica, embora positiva, exige planejamento conjunto entre governo, iniciativa privada e prefeituras. Ele elogiou a atuação das empresas do setor e defendeu o reconhecimento oficial da região como uma das mais estratégicas para o desenvolvimento do estado.

Crescimento acelerado do Vale da Celulose é discutido no Senado Federal
Senador Nelsinho Trad (PSD) – Foto: Divulgação

O Vale da Celulose já movimenta bilhões em investimentos e começa a se consolidar como marca de inovação, sustentabilidade e projeção nacional e internacional para Mato Grosso do Sul. A pauta deve continuar em discussão no Congresso como parte das estratégias para equilibrar crescimento econômico e qualidade de vida nas regiões impactadas.

BRACELL EM BATAGUASSU

A cidade de Bataguassu, no leste de Mato Grosso do Sul, foi escolhida para sediar a nova megafábrica de celulose da Bracell, um investimento estimado em R$ 16 bilhões. Este projeto representa o maior aporte privado da história do município e consolida a região como parte estratégica do chamado “Vale da Celulose”, que reúne importantes polos industriais do setor no estado.

A nova unidade será a primeira fábrica de celulose solúvel de Mato Grosso do Sul, com capacidade anual de produção de até 2,92 milhões de toneladas. A planta será instalada a cerca de 9 km da área urbana de Bataguassu, às margens da rodovia MS-267, e utilizará aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto por ano como matéria-prima.

Durante a fase de construção, a expectativa é de geração de até 12 mil empregos, com cerca de 2 mil postos permanentes na operação da fábrica. A Bracell também prevê melhorias na infraestrutura viária da região, incluindo a pavimentação e recuperação de trechos críticos das rodovias BR-158 e MS-395, para atender à demanda logística do empreendimento.

O projeto já conta com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) protocolados junto ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). A área diretamente afetada soma 1.318 hectares, composta em sua maioria por pastagens degradadas, e a captação de água será feita no Rio Paraná, com 90% do volume captado sendo devolvido após tratamento.

Com este investimento, Bataguassu se junta a outros municípios do estado que compõem o Vale da Celulose, como Ribas do Rio Pardo, Inocência e Água Clara, reforçando o papel de Mato Grosso do Sul como um dos principais polos da indústria de celulose no Brasil. A instalação da fábrica da Bracell é vista como um marco para o desenvolvimento econômico e sustentável da região, impulsionando a geração de empregos e a arrecadação municipal.

ARAUCO EM INOCÊNCIA

A empresa chilena Arauco deu início à construção de sua primeira fábrica de celulose no Brasil, localizada em Inocência, Mato Grosso do Sul. Com um investimento estimado em US$ 4,6 bilhões (aproximadamente R$ 27,3 bilhões), o Projeto Sucuriú será a maior planta de celulose do mundo construída em uma única etapa, com capacidade anual de produção de 3,5 milhões de toneladas de celulose de fibra curta.

Crescimento acelerado do Vale da Celulose é discutido no Senado Federal
Máquinas começam a fazer a estruturação da futura fábrica da Arauco no sítio que tem 3 mil hectares. (Foto: Divulgação/Arauco)

As obras de terraplanagem começaram em meados de 2024, e a pedra fundamental foi lançada em abril de 2025, em cerimônia que contou com a presença de autoridades como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel . Atualmente, mais de 3 mil trabalhadores estão envolvidos nas obras, e a expectativa é que, no pico da construção, esse número chegue a 14 mil.

A fábrica está sendo erguida a cerca de 50 quilômetros da área urbana de Inocência, em uma área de 3.500 hectares. A unidade contará com tecnologia de ponta fornecida pela empresa finlandesa Valmet, responsável por aproximadamente 50% do projeto industrial . Além da produção de celulose, a planta terá capacidade de gerar 400 megawatts (MW) de energia a partir de biomassa, dos quais 200 MW serão utilizados para consumo interno e o excedente será comercializado, suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes.

A previsão é que a fábrica entre em operação no último trimestre de 2027, um ano antes do inicialmente planejado . O empreendimento deve provocar um impacto significativo nas áreas industrial, florestal e logística de toda a região, consolidando o chamado “Vale da Celulose” em Mato Grosso do Sul como um dos principais polos do setor no Brasil.

(*) Por: Nathalia Santos

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