O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia), implantou em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) uma unidade experimental da Rota Bioceânica em Porto Murtinho.
O projeto é voltado à pesquisa aplicada, à promoção de práticas agrícolas sustentáveis e ao intercâmbio tecnológico com instituições do Paraguai.
Instalada na Fazenda Yndiana — área cedida por um produtor rural da região —, a unidade experimental se consolida como referência em inovação agrícola e integração transfronteiriça. A apresentação oficial da iniciativa ocorreu no sábado (16), durante o Dia de Campo promovido na fazenda, localizada a cerca de 40 quilômetros do município de Porto Murtinho.
O evento reuniu autoridades, pesquisadores, produtores e instituições parceiras para discutir os primeiros resultados da unidade e traçar perspectivas para o futuro. A proposta está inserida no contexto da Rota Bioceânica, corredor de desenvolvimento que conecta o Brasil ao Oceano Pacífico, passando por Paraguai, Argentina e Chile.
Representando o Governo do Estado, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, reforçou o compromisso com a integração científica e produtiva da região.
“É uma grata satisfação ver o primeiro ano de resultados deste projeto. A unidade experimental é um marco na estratégia estadual para o desenvolvimento sustentável ao longo da Rota Bioceânica”, afirmou.
Também participaram do evento a reitora da UFMS, Camila Celeste Brandão Ferreira Itavo, os professores Fabrício Frazilio e Marcelo Turine, o deputado estadual Paulo Corrêa, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, além de vereadores, secretários municipais, representantes do setor produtivo e da comunidade local.
Centro de integração e pesquisa
De acordo com o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, Porto Murtinho foi escolhido estrategicamente por estar localizado no eixo central da Rota Bioceânica. Segundo ele, o projeto tem como objetivo desenvolver o agronegócio e a agricultura familiar nas regiões fora do bioma Pantanal, como Jardim, Alto Caracol e Porto Murtinho, com foco em práticas sustentáveis.
“Nós queremos testar novas culturas, como o algodão, que já se desenvolve bem no Chaco Paraguaio, além de avaliar novas variedades de pastagens para intensificar a pecuária da região. É a ciência e a tecnologia trabalhando para identificar quais modelos agrícolas e pecuários são mais adequados para promover o desenvolvimento local”, explicou Verruck.
O secretário enfatizou ainda que o Governo do Estado entende a Rota Bioceânica não apenas como um corredor logístico, mas como vetor de desenvolvimento para as comunidades ao longo do trajeto. “Essa é a primeira grande iniciativa financiada pelo Estado para identificar as vocações agropecuárias locais, e os primeiros resultados já começam a aparecer”, destacou.
Coordenação técnica e articulação institucional
A coordenação da Unidade Experimental da Rota Bioceânica está a cargo do professor Ricardo Gava, que lidera os estudos e articulações para transformar a Fazenda Yndiana em um polo de inovação produtiva. Durante o Dia de Campo, foi apresentada uma linha do tempo com as principais ações do projeto desde 2022, incluindo reuniões e visitas técnicas no Brasil e no Paraguai.
As atividades vêm fortalecendo a cooperação entre os dois países e promovendo soluções técnicas adaptadas à realidade da região de fronteira, com foco no desenvolvimento sustentável e na integração produtiva.
Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc