Você veste, come e usa celulose — sem nem perceber! Ela está nas roupas que usamos, nos alimentos que consumimos e até nos produtos do dia a dia. A celulose vai muito além do papel: é tecnologia, inovação e desenvolvimento. Descubra como ela faz parte da sua vida!
Pouco visível no cotidiano, mas essencial para a economia brasileira e presente em inúmeros produtos do dia a dia — do papel às embalagens, dos tecidos ao setor de cosméticos —, a celulose é uma das riquezas renováveis que movem o país. Extraída de florestas plantadas de eucalipto, essa matéria-prima tem sido protagonista no cenário industrial e social, principalmente em cidades do interior com forte vocação florestal, como Três Lagoas e Ribas d Rio Pardo no Mato Grosso do Sul.
Conhecida como a “Capital Mundial da Celulose”, Três Lagoas abriga gigantes do setor, como Eldorado Brasil e Suzano, que transformaram a paisagem, a economia e as oportunidades da região. A produção, que antes era centrada em atividades tradicionais, como o comércio e a pecuária, agora gira em torno de uma cadeia florestal que emprega milhares de pessoas, fomenta o comércio local e atrai investimentos em tecnologia e sustentabilidade.
A FLORESTA QUE GERA EMPREGO

Ao contrário do que muitos pensam, a celulose não vem de florestas nativas, mas de áreas cultivadas especificamente para esse fim, em um ciclo sustentável. O eucalipto, por exemplo, leva cerca de sete anos do plantio à colheita, sendo replantado logo após, em um modelo de produção contínuo e ambientalmente responsável.
Esse manejo florestal gera um extenso volume de empregos — desde a preparação do solo, plantio, poda, colheita, transporte até a industrialização. São trabalhadores do campo, motoristas, técnicos, operadores, engenheiros, administradores e muitos outros profissionais direta ou indiretamente ligados à cadeia da celulose.
Somente no Mato Grosso do Sul, estima-se que mais de 35 mil postos de trabalho estejam relacionados ao setor. O reflexo disso é visto no crescimento urbano, na oferta de cursos técnicos voltados à área e na ampliação da renda de centenas de famílias.
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
Engana-se quem pensa que o setor é apenas madeira e fábrica. A produção de celulose no Brasil é considerada uma das mais eficientes e sustentáveis do mundo. Empresas investem pesado em inovação, com uso de drones, sensores, inteligência artificial e manejo de precisão, garantindo o melhor aproveitamento da floresta com o menor impacto ambiental.
Além disso, os resíduos do processo industrial são reaproveitados para geração de energia ou transformados em subprodutos, como biocombustíveis, bioplásticos e tecidos biodegradáveis. A indústria também atua na preservação de nascentes, recuperação de áreas degradadas e proteção da biodiversidade.
DESENVOLVIMENTO QUE TRANSFORMA
Com a consolidação da indústria de celulose, cidades como Três Lagoas experimentaram um verdadeiro salto de desenvolvimento. Novos bairros surgiram, o comércio se expandiu, escolas técnicas passaram a oferecer capacitações voltadas ao setor e a qualidade de vida dos moradores deu um salto.
“Antes eu trabalhava como ajudante de pedreiro. Hoje sou operador de máquinas na floresta e tenho orgulho do que faço. Meu salário melhorou e consegui comprar minha casa”, conta José Pereira, morador da cidade e funcionário de uma empresa florestal há cinco anos.
CELULOSE TRANSFORMA TRÊS LAGOAS EM POLO REGIONAL
O ciclo virtuoso criado pela celulose é claro: a floresta é plantada, a madeira é processada, empregos são gerados, o município se desenvolve e o meio ambiente é respeitado. Uma equação que, mais do que econômica, se mostra socialmente transformadora.
Antes da chegada das gigantes da celulose, Três Lagoas vivia uma realidade muito diferente da atual. Além da pecuária, município sul-mato-grossense, possuía tradição industrial modesta, não figurava em projeções de crescimento tão ambiciosas quanto as que hoje sustentam sua economia. Nem nos melhores sonhos de seus moradores se imaginava que Três Lagoas se tornaria referência mundial no setor.

A virada começou há aproximadamente 18 anos, quando grandes projetos de fábricas de celulose, como a VCP (atual Suzano) e a International Paper (atual Sylvamo) se instalaram na cidade. O impacto foi profundo: em poucos anos, não apenas Três Lagoas, mas toda a região leste do Estado, experimentou um salto de desenvolvimento econômico e social. Mato Grosso do Sul, hoje, ostenta posição de destaque no cenário global, sendo, se fosse um país, o décimo maior produtor de celulose do mundo.
Somente as duas maiores plantas industriais do município — Suzano e Eldorado Brasil — são responsáveis por mais de 12 mil empregos diretos. Esse contingente movimenta a economia local, sustenta famílias e impulsiona diversos setores.
DIVERSIFICAÇÃO
A cadeia produtiva criada pela celulose vai muito além das fábricas. O setor provocou uma diversificação econômica inédita na cidade. Centenas de empresas se estabeleceram para prestar serviços, fornecer peças, equipamentos e tecnologia para atender as indústrias, gerando ainda mais empregos e renda. Essa movimentação elevou a qualidade de vida da população e consolidou a cidade como centro de oportunidades.

Outro legado importante é o investimento em qualificação profissional. Em parceria com o Sistema S, Suzano e Eldorado Brasil viabilizaram cursos que prepararam milhares de jovens para atuar no setor industrial, promovendo inclusão social e desenvolvimento humano.
VOCAÇÃO ECONÔMICA
Essa nova realidade consagrou Três Lagoas como a “Capital Mundial da Celulose”, status que atrai olhares de investidores de diferentes partes do Brasil e do mundo. A chegada de novos empreendimentos — como hotéis, restaurantes, postos de combustíveis e melhorias na infraestrutura — consolidou o município como polo regional. Empresas de grande porte, como a concessionária Volvo Rivesa, a divisão Florestal da John Deere, Andritz, White Martins, entre outras, também instalaram operações na cidade, reforçando a vocação econômica local.
A história recente de Três Lagoas é exemplo de como a chegada de grandes investimentos pode transformar uma cidade, gerando empregos, oportunidades e esperança para toda uma região.