18.1 C
Três Lagoas
quarta-feira, 9 de julho de 2025

Suzano já exporta para os EUA com taxa de 10%, mas empresa segue sem reduzir volume

Os embarques de celulose da Suzano que saíram do Brasil para os Estados Unidos a partir de 5 de abril já têm embutido no preço a nova tarifa de 10% sobre as importações brasileiras. Fontes ouvidas pelo jornal Estadão, afirmam que o valor foi repassado completamente aos clientes, sem redução de volumes.

Mato Grosso do Sul abriga duas fábricas da Suzano, uma em Três Lagoas (com duas linhas) e a considerada a maior indústria do setor do mundo, está localizada em Ribas do Rio Pardo. Recentemente, a empresa afirmou, em evento do Bradesco BBI, que a guerra comercial entre Estados Unidos e China cria um ambiente que dificulta a negociação de novos aumentos de preço. No fim de março, a companhia comunicou aos clientes um novo aumento de preços para o mês de abril.

Com as novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que desencadearam reação chinesa, analistas de diferentes bancos têm dito que a última tentativa de aumento de preço pode encontrar dificuldade para se estabelecer.

Ainda de acordo com o Estadão, fontes indicam que as exportações da gigante de celulose brasileira representam cerca de 50% de todo o consumo de celulose de fibra curta dos Estados Unidos.

Das exportações da empresa para diferentes lugares do mundo, cerca de 65% seriam voltadas para o mercado de “tissue” (papéis sanitários, lenços, toalhas, entre outros) e, portanto, teriam uma demanda mais estável, menos atrelada ao crescimento econômico global.

Chamada pelo republicano de “Dia da Libertação”, o último dois de abril marcou o início de um conjunto de tarifas que, segundo Trump, libertarão os EUA de produtos estrangeiros.

O presidente norte-americano disse ainda que, caso os países não queiram ser taxados, devem transferir suas fábricas para os EUA. “Tarifas dão ao nosso país proteção contra aqueles que nos fariam mal econômico. […] Mas, ainda mais importante, elas nos darão crescimento”, afirmou Trump.

Recentemente, o presidente norte-americano chegou a afirmar que as tarifas devem incluir todos os países, mas disse que as taxas podem ser mais suaves do que se espera e que está disposto a fazer acordos.

Além das tarifas recíprocas, outras taxas já anunciadas por Trump também passaram a valer desde o dia 2 de abril, como a cobrança de 25% sobre carros importados pelos EUA e as taxas de 25% sobre as exportações feitas ao país e que não se enquadrem no USMCA (acordo comercial que existe entre os três países), por exemplo.

As incertezas sobre como essas taxas devem funcionar e quais os impactos podem ter nas economias do mundo têm impactado o mercado financeiro nas últimas semanas e causado uma série de reações de diferentes países.

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.