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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Operação Prolepse: prevenção a incêndios florestais reduz casos em áreas críticas no Estado

Ação da Polícia Militar Ambiental já ultrapassou 840 visitas em 2025 e apresenta resultados expressivos em áreas críticas

Inspirada no termo grego ‘prólèpsis’, que significa ‘antecipação’, a Operação Prolepse faz justamente o que seu nome propõe: antecipar ações em áreas florestais potencialmente mais propensas a serem atingidas por incêndios, diminuindo assim as chances de que ocorram ali ocorrências de grande impacto para o meio ambiente. E diante dessa missão, a operação vem conseguindo bons resultados, reduzindo consideravelmente o número de queimadas em áreas identificadas como críticas em Mato Grosso do Sul.

Um exemplo tido como emblemático pela PMA (Polícia Militar Ambiental) – que é a instituição que executa a operação – ocorre em Águas de Miranda, distrito do município de Bonito. Lá, um elevado número de incêndios florestais foi identificado durante o ano de 2024, nas proximidades do posto da PMR (Polícia Militar Rodoviária), no KM 21 da rodovia MS-345.

Contudo, esse índice caiu drasticamente em 2025, sem registro de queimadas na região, uma das que teve maior intervenção da PMA. Ali, 275 propriedades foram visitadas nas ações da Operação Prolepse até junho deste ano, número próximo ao total do ano passado, que foi de 289. Em todo o Estado, foram 844 visitas, superando todo o volume registrado no ano anterior – 630.

A conclusão é que além da quantidade, a qualidade e o foco das ações foram aprimorados. “As visitas que a PMA fez aqui no ano passado e neste ano foram muito boas. Eles trouxeram um trabalho de manejo que ensinou bastante a gente. Por exemplo, aprendemos a limpar as beiradas de cerca e as áreas de reserva, o que a gente não fazia antes”, comenta Ricardo Batista da Silveira, que recebeu as orientações durante visita da PMA ao local onde mora, a Fazenda São Sebastião do Gravi, no município de Miranda.

“Agora sabemos que, antes da seca, é importante deixar tudo organizado para evitar a entrada do fogo. As palestras explicaram tudo direitinho, e se a gente segue as orientações, dá certo. O problema é ouvir e não fazer. Antes, a gente tinha medo de fazer errado por falta de orientação, mas agora com a presença deles [policiais ambientais] e o conhecimento que compartilham, nos sentimos mais seguros e conscientes do que precisa ser feito”, completa.

Como funciona a Prolepse?

Embora seja uma operação permanente, a Prolepse conta com fases sazonais de intensificação. Em 2025, a PMA colocou em prática um planejamento estratégico que ampliou significativamente as ações entre os meses de maio e outubro. Nesse período, foram definidas metas operacionais específicas para alcançar o maior número possível de propriedades e áreas críticas.

A estrutura operacional conta com 26 subunidades distribuídas em todo o território estadual, com meta mínima de sete visitas mensais por subunidade durante a intensificação. Essa estratégia permitiu o crescimento expressivo das visitas e maior capilaridade da operação.

“Percorremos todo o Estado, com atenção especial ao Pantanal, orientando os produtores sobre as consequências legais do uso irregular do fogo. Também verificamos medidas preventivas, como aceiros, brigadistas e capacitação de funcionários para agir rapidamente no controle de focos de incêndio. Se antecipar é uma das ferramentas mais importantes da PMA no eixo da prevenção dentro do Manejo Integrado do Fogo”, conta o capitão da PMA, André Leonel.

A estrutura da Operação Prolepse está dividida em três eixos:

  • Educação e conscientização: durante as visitas, os policiais ambientais aplicam um questionário técnico ao responsável pela propriedade, avaliando o uso de aceiros, o manejo do solo e as práticas preventivas adotadas
  • Regularização ambiental: caso a propriedade esteja em desconformidade com as normas, os agentes oferecem orientações detalhadas para adequação às exigências legais
  • Integração comunitária: promove o diálogo com produtores, moradores e usuários de vias, formando redes locais de apoio à prevenção

Fora isso, a PMA também usa a tecnologia como uma aliada. Imagens de satélite, alertas térmicos do sistema BDQueimadas e o sistema SIGIA – que permite o georreferenciamento de propriedades e coleta de dados diretamente no campo, mesmo em áreas sem acesso à internet – fazem parte da estrutura que possibilita identificar focos de calor, rastrear a origem dos incêndios e direcionar as ações preventivas com mais precisão.

Segurança ambiental

Além da Prolepse, a PMA desenvolve ações permanentes de educação ambiental, como o Projeto Florestinha, criado em 1992. Voltado a crianças e adolescentes de 7 a 16 anos, o projeto promove cidadania, inclusão e sensibilização ambiental. Hoje, mais de 380 alunos participam das atividades em unidades instaladas em Campo Grande, Três Lagoas, Costa Rica e Amambai.

Assim como os demais programas da área ambiental de Mato Grosso do Sul, a Operação Prolepse consolida-se como uma política pública de segurança ambiental permanente, articulando ações educativas, tecnológicas, operacionais e comunitárias.

O impacto direto na redução de queimadas e o fortalecimento da cultura de responsabilidade ambiental no campo reafirmam o papel estratégico de ações como essa, além da missão da PMA, na proteção dos biomas sul-mato-grossenses.

Gustavo Escobar, Comunicação Imasul

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