Números mostram a força do mercado do exterior para Mato Grosso do Sul e do agronegócio; MS exportou US$ 758,9 milhões de carne fresca
Apesar da nova tarifa de 50 % imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, Mato Grosso do Sul destacou-se no primeiro semestre de 2025 com forte crescimento nas exportações de carne bovina fresca.
Segundo dados da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o valor dessas exportações subiu 39 % em relação ao mesmo período de 2024.
De janeiro a junho, o estado comercializou US$ 758,9 milhões em carne bovina, comparado aos US$ 545,9 milhões do ano anterior. Em volume, houve expansão de aproximadamente 17 %, subindo de 116,5 mil para 135,9 mil toneladas.
Com esse desempenho, a carne bovina fresca tornou-se o terceiro maior item das exportações de Mato Grosso do Sul em 2025, atrás apenas da celulose e da soja, representando 14,37 % da receita total do semestre.
Já a celulose manteve a liderança, com exportações acima de US$ 1,72 bilhões — alta de 65 % em relação a 2024 — e participação de 32,68 % no total. Por outro lado, a soja teve retração: queda de 25,6 % no valor e 17 % no volume exportado.
Mesmo diante dessa dinâmica, o valor total das exportações estaduais cresceu modestamente 1,8 %, passando de US$ 5,18 bilhões para US$ 5,28 bilhões.
FRIGORÍFICOS SUSPENDEM PRODUÇÃO AO EUA
Em função da medida tarifária americana, pelo menos quatro frigoríficos em Mato Grosso do Sul: JBS, Naturafrig, Minerva Foods e Agroindustrial Iguatemi.
As indústrias suspenderam temporariamente o envio de carne bovina aos EUA, conforme informou o sindicato local (Sincadems). O intuito é evitar que cargas despachadas após 1° de agosto sofram a nova tributação, já que os fretes levam cerca de 30 dias para chegar ao destino.
Com isso, China, Chile, Egito e outros países assumem parte das exportações originalmente destinadas aos EUA, reduzindo risco de acúmulo de estoque.