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Três Lagoas
segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Investimentos bilionários em fábricas de celulose intensificam a competição por mão de obra no país

Em MS, o Projeto Sucuriú, da multinacional Arauco já emprega mais de 5 mil trabalhadores; outros dois megaprojetos, Bracell e Eldorado Brasil podem startar a qualquer momento, porém a  mão de obra é desafio

Projetos que somam quase R$ 100 bilhões em investimentos até 2028 estão impulsionando a indústria de celulose e papel no Brasil e agravando um desafio antigo: a escassez de mão de obra especializada. Arauco, CMPC, Bracell e a Eldorado planejam gerar 38 mil empregos no pico das construções e 13 mil vagas fixas na operação das novas fábricas.

Uma reportagem do Valor Econômico desta segunda-feira (11), mostrou que, hoje, o setor florestal no país enfrenta entre 12 mil e 18 mil vagas abertas, das quais apenas 2 mil a 3 mil são permanentes, num total estimado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre Florestas).

A maioria dos postos está ligada à indústria, com destaque para colheita e logística, uma dinâmica bastante influenciada pelos ciclos de construção das fábricas.

PROJETO ESTRATÉGICO DA ELDORADO EM MS

A Eldorado Brasil, em Três Lagoas, também poderá retomar o megaprojeto de expansão da segunda linha produtiva: a capacidade passará de 1,8 milhão para 4,4 milhões de toneladas de celulose por ano, com a produção adicional saltando de 2,3 para 2,6 milhões de toneladas anuais.

Esse avanço faz parte do Programa Vanguarda 2.0, que inclui a expansão da base florestal e a implantação de um ramal ferroviário para escoamento da produção.

COMPENSAÇÕES AMBIENTAIS

Como contrapartida ambiental pela ampliação, já foi firmado um termo com o Governo do Estado para o pagamento de cerca de R$ 13,3 milhões, valor equivalente a 0,7% do investimento adicional de R$ 1,9 bilhão, destinado à preservação ambiental.

Outras empresas em expansão

          •        Arauco (MS): Em Inocência, investe até R$ 25 bilhões no Projeto Sucuriú, com expectativa de gerar 14 mil empregos temporários e cerca de 6 mil permanentes. A empresa implementa programas de formação com Senai e Sebrae-MS, além de utilizar módulos habitacionais para os operários.

          •        Bracell (MS): Projeto estimado em R$ 23 bilhões em Bataguassu, com mobilização estimada de até 12 mil trabalhadores na fase de construção e cerca de 2 mil empregos permanentes. Investe em capacitação técnica, programas de estágio, trainee e parcerias com universidades.

          •        CMPC (RS): Em Barra do Ribeiro, R$ 27 bilhões serão investidos na nova fábrica, que gerará 12 mil empregos durante a construção e cerca de 5 mil após o início da operação. A proximidade com centros urbanos como Porto Alegre deve reduzir o turnover, que em áreas remotas chega a exigir 45 mil CPFs para preencher 12 mil vagas.

CAPACITAÇÃO E INFRAESTRUTURA COMO SAÍDAS ESTRATÉGICAS

Empresas como a Klabin evitam entrar numa “guerra salarial” e priorizam o investimento em qualificação, com centros próprios, parcerias com Sesi/Senai e prefeituras. Eventos do setor, como a Show Florestal, agora incluem sessões de recrutamento e uso de tecnologia interativa para atrair jovens profissionais.

O desafio da oferta de mão de obra técnica e especializada é crescente.

O Perfil News mostrou em reportagem em março que MS qualifica, inclusive, imigrantes para trabalharem. O setor da indústria e comércio são os mais absorvem esses trabalhadores.

HABITAÇÃO COMO FATOR DETERMINANTE

Com a chegada massiva de trabalhadores nas regiões de expansão, o déficit habitacional tende a elevar o custo de vida local. Incorporadoras, como a Pacaembu, estudam parcerias com as empresas para oferecer loteamentos e moradias subsidiadas, evitando altos índices de rotatividade e incentivando a permanência das famílias.

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