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terça-feira, 23 de setembro de 2025

ZPE de Bataguassu deve ser concluída dentro do prazo e pode adotar modelo do Ceará, afirma secretário

A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Bataguassu, no leste de Mato Grosso do Sul, segue em ritmo acelerado e deve ser entregue dentro do cronograma oficial. Segundo o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB), esposo da prefeita Wanderleia Caravina (PSDB), o complexo tem previsão de conclusão até março de 2026, mas há possibilidade de entrega antecipada.

MODELO DE REFERÊNCIA: CEARÁ

ZPE de Bataguassu deve ser concluída dentro do prazo e pode adotar modelo do Ceará, afirma secretário

O secretário estadual da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, destacou que o empreendimento ainda registra baixa procura inicial por parte de empresas. Para superar esse desafio, o governo estuda adotar a experiência da ZPE do Ceará, considerada um caso de sucesso.

Integrada ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a ZPE cearense movimentou em 2024 mais de 10,5 milhões de toneladas de cargas, número que representou 54% de toda a movimentação do porto.

INFRAESTRUTURA E INVESTIMENTOS

A obra da ZPE de Bataguassu demanda investimentos de R$ 50 milhões e está localizada às margens da MS-395, no trecho que liga o município a Brasilândia. O primeiro prédio industrial, segundo a Egezpe, empresa responsável pelo projeto, deve ser concluído até dezembro de 2025, antecipando-se ao prazo oficial publicado em março no Diário Oficial da União.

Empresas instaladas em um raio de até 30 quilômetros da ZPE terão acesso a benefícios fiscais, alfandegamento e isenção de tributos federais sobre exportações. A expectativa é de que o complexo transforme Bataguassu em um polo estratégico de exportação, atraindo indústrias exportadoras e importadoras.

SINERGIA COM A CADEIA DA CELULOSE

ZPE de Bataguassu deve ser concluída dentro do prazo e pode adotar modelo do Ceará, afirma secretário
Escritório da MS Florestal instalado no centro de Bataguassu já está atuando no setor florestal no município (Foto: Perfil News)

O município já se projeta no cenário industrial com a confirmação da futura fábrica da Bracell, que deve iniciar obras em fevereiro de 2026. O investimento anunciado é de US$ 4 bilhões, com capacidade produtiva estimada em 2,8 milhões de toneladas de celulose por ano. O projeto deve gerar 10 mil empregos temporários na fase de construção e 3 mil na operação.

Bataguassu integra a região conhecida como “Vale da Celulose”, que já abriga quatro fábricas em operação, uma em construção (Arauco, em Inocência) e se prepara para receber a sexta unidade do setor no Estado. Mato Grosso do Sul responde atualmente por 24% da produção nacional de celulose e ocupa a segunda posição em área plantada de eucalipto, atrás apenas de Minas Gerais.

IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS

O avanço industrial tem provocado transformações rápidas no mercado local. O aumento da demanda por mão de obra, já observado em municípios vizinhos como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Inocência, começa a se repetir em Bataguassu. O déficit de trabalhadores especializados pressiona empresas a buscarem profissionais em cidades vizinhas e até em outros Estados.

Paralelamente, o setor de serviços — incluindo hotéis, restaurantes e comércio — cresce para atender trabalhadores e novos moradores. O aquecimento imobiliário é outro reflexo: imóveis disponíveis foram rapidamente ocupados, e novas construções estão em andamento para suprir a procura.

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